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agosto 20, 2009

Algumas palavras e imagens

Já voltei ao trabalho. Acabaram as férias e eu voltei para o Irã, e, sério, Ahmadinejad bem que tentou me enganar, mas eu não caio mais em falsos sorrisos e promessas de liberdade, hmpf.

Mas não é esse o motivo do post, o motivo do post é o mais legal possível. Que eu estou fazendo coisas que eu gosto, que eu estou aprendendo e estou respirando melhor, e que vi diversos bons filmes nesses últimos dias.

Dos filmes eu falo depois, então fiquem aí com imagens e me digam o que acharam!


(Esta é pro Tommy, Pam!)



Tem mais, mas eu vou colocando aos pouquinhos.

fevereiro 10, 2009

Roar







Não, não diga que sou preguiçosa, que fico entupindo o blog de fotos só porque não quero sentar e escrever.
Eu quero, quero sim, muito, sentar e escrever. O meu medo é de não conseguir parar, caso eu comece.
Porque daí provavelmente não haverá espaço para mais nada, nada que não seja palavra.
E aí, e se for mesmo assim, intermináveis linhas de intermináveis frases (porque, você sabe, né, eu não sei encontrar o fim de frase mais fácil e mais curto. Aliás, nem gosto. Prefiro os percalços e as delícias da less traveled road), com imagens e analogias em sequência, non-stop, será que você aguenta?

janeiro 19, 2009

100% das conversas

Tempos atrás minha irmã e eu estávamos conversando sobre as conversas de que não participamos.

Eu, por exemplo, não assisto ao Faustão no domingo. E muitas vezes nem ao Fantástico. Então, na segunda-feira, não participo de, aproximadamente, 50% das conversas. Aí, eu não costumo assistir a novela e daí acabo ficando de fora de mais uns 30% das conversas.

Quando é época de futebol, então, aí eu tenho que me contentar em falar do tempo, do trânsito, ou de alguma outra coisa.

Nem o jornal eu tenho lido ultimamente (o que é horrível, eu sei, mas há coisas mais urgentes, para mim, neste momento), então fiquei sem saber que um cara pousou no Hudson congelante e fiquei sem saber todas as outras coisas. Eu fiquei sabendo sobre o cara que forjou a própria morte, que preparou uma moto e que jogou o próprio avião num campo e que foi pego numa câmera de segurança de um motel em beira de estrada.

Mas aí eu penso, como é que eu vou falar com o meu colega de trabalho sobre a dificuldade que foi ler Bioy Casares na beira da praia. Não que Bioy Casares seja ruim, mas é que o clima de beira de praia (com sol e conversas e todas as distrações possíveis) não combina sabe. Ou então com a velhinha-do-ônibus, aquela uma que começa a falar do tempo e depois fica contando toda a vida desde quando veio ainda nova lá de São Borja (ou de Alegrete, ou de Uruguaiana, é sempre assim uma cidade beeeeeeeem do interior) pra estudar e daí virou professora e casou e criou os filhos que a abandonaram e a história segue. Como é que eu vou participar de uma conversa como essas se até pouco tempo atrás não sabia onde ficava São Borja ou Itaqui.

Então que é impossível participar de todas as conversas. Principalmente as mais corriqueiras. Essas que abordam os assuntos mais comuns. Porque, querendo ou não, se a gente for parar pra reparar, as conversas "small-talk" (e não confunda com Small Talk, com a marca registrada e tudo, com Smalltalk) giram sempre em torno da programação da tevê, dos esportes, da novela.

O pior de tudo são as conversas que ficam entre 10 e 20% das quais eu não participo. Essas são das pessoas que assistiram ao Pânico na Tevê na noite anterior e querem dividir os horrores que fazem aqueles apresentadores bastante mal-educados e, muitas vezes, grosseiros. Mas daí, desse percentual eu faço questão de ficar de fora.

novembro 15, 2008

De momento

De momento, estou devendo os acontecimentos marcantes da Feira, eu sei.

De momento, estou na correria, porque a Feira só acaba oficialmente amanhã, dia 16, com a I Maratona de Contos, numa ótima oportunidade de encontro entre leitores e autores.

De momento, não consigo pensar em muita coisa, estou preocupada e absorvida e realmente envolvida em algo muito maior e melhor que vai acontecer.

De momento, estou com sono, muito sono.

De momento, estou contente porque tem um texto meu que estará exposto no Tartoni Ristorante que vai abrir no Barra Shopping Sul.

De momento, estou feliz pelo prêmio conquistado pela Pati, ou melhor, a RRPP Patrícia d'Ávila, com o primeiro lugar no concurso nacional de projetos de Relações Públicas, pelo trabalho lindo que ela e a equipe (oi, Raquel!) estão fazendo lá no meio da Floresta Amazônica.

De momento, quero que a maldade (desde a grande maldade, em atos públicos, até a pequena - a mais sórdida -, contida em pequenas palavras e invejas disfarçadas de críticas) volte para seu lugar de origem e vá atrapalhar quem as gerou.

De momento, continuo exibida e me exibindo, porque o Patrono da Feira citou a mim e aos meus colegas queridos de Livro entre os nomes da nova literatura gaúcha. (Aos amigos, para comemorar comigo, e aos invejosos/maldosos/silenciosos de plantão, para se morderem só mais um pouquinho, basta clicar aqui.)

De momento, sempre lembro de um ditado árabe que diz que se for apagar a minha luz porque alguém pediu, porque está incomodando muito, isto não ajudará em nada a fazer com que os outros brilhem mais, apenas tornará o mundo mais escuro.

Eu volto, sério, volto e escrevo e coloco até as fotos que não couberam no IPD. Mas não de momento.

outubro 24, 2008

High and Low literário

Então que ontem (e eu não consegui postar ontem mesmo, e não vou entrar no mérito desta questão e vou focar no assunto mais importante e já, de novo - e eu sempre faço isso - acabo tergiversando, eheheh, e eu adoro essa palavra, mas pra acabar de uma vez por todas com este parênteses antes que ele ocupe o espaço todo, vou fechá-lo e começar de novo), ok, vamos de novo.





Arrãm.





Bem, então que ontem aconteceu uma coisa muito muito boa que compensou a coisa ruim, ou melhor, a coisa um tanto desagradável que aconteceu anteontem.





Devo começar pela coisa boa ou pela coisa ruim? Vou começar pela boa, que me deixou mais empolgada.





A coisa boa, que de fato é muito muito boa, foi que eu precisei levar lá na Cultura dez exemplares dO Livro, porque eles pediram. Aliás, porque os clientes em São Paulo (e para saber mais sobre o lançamento do livro em São Paulo, porque eu ando fora de mim e totalmente relapsa, não escrevi nada a respeito, mas depois da Dani escrever - e ela falou tão bem sobre tudo - que eu abdico do post e linko aqui pra você ler) andaram pedindo, e faltou livro, porque os dez exemplares que lá já estavam foram vendidos e não estão mais! (Inclusive, no site da livraria, você pode ser o primeiro a opinar.)







Os postais do Kit-Inventário pré-venda.







Ok, empolgue-se como eu e a Dani (os outros autores do Inventário ainda não sabem, eu acho): os livros esgotaram! E estão sendo procurados e pedidos!





Para um escritor, ainda mais no comecinho-inho-inho, é uma excelente notícia! É um motivo para seguir em frente, é um item para colocar na lista dos porque-eu-devo-continuar-escrevendo, que fica dentro do caderninho de anotações para ser lida de tempos em tempos, quando o desânimo bater. (Ou a inércia, ou a insônia, ou o cansaço, ou todas as outras coisas que aparecem no meio do caminho, o que vier primeiro)





Pois bem, aí eu chego aqui e tenho que fazer alguns agradecimentos. Ao Boyfriend, por toda a paciência e incentivo do mundo. À família, por anos e anos de incentivo e situações absurdas que me proporcionaram a imaginação e a teimosia. Aos amigos, todos todos todos, que compraram os kits-inventário durante a pré-venda, que foram no lançamento, na Feira, muito obrigada!





Tenho que agradecer especialmente à Dani, que embarcou em todas as loucuras que eu propus e que me levou junto em todas as loucuras que ela propôs. E agradecer à família Ferreira, por todas as acolhidas e lanchinhos quando nos encontrávamos para ler e ler e ler. Daí agradecer à Leila e à família Teixeira (pela acolhida em Passo Fundo), e agradecer ao Emir, ao Leo, ao Luiz, à Lívia, ao Nelson, ao Paulo e ao Valmor, companheiros generosos durante toda a empreitada do fazer-o-livro.





E agora que comecei, não posso parar. Tenho que agradecer aos colegas de Oficina, por todas as palavras de crítica e de elogio, tão necessárias.







Os autores autografando a fila interminável, no dia do lançamento, em setembro de 2007.







Tenho que agradecer aos presentes no lançamento, dia 19 de setembro, na Livraria da Vila, todos que foram lá nos ouvir e nos ver e nos pedir que rabiscássemos nossos nomes nessa coisa tão preciosa que é o nosso livro. Principalmente à Ana e Mel, ao Tom, à Ale e o Gian, que foram lá! Obrigada, mesmo. Obrigada, Pam e Paolla, duas delícias com sotaque. Obrigada aos integrantes da Toca, pelo teto e acolhida. Obrigada à Marisa, da Página da Cultura, à Beta, da Livraria da Vila. À Josi. Ao Marcelino Freire, pelo apoio e digulgação, obrigada. Ao Davi Oscar Vaz, Rosel Soares, Anaê e todos os que estavam lá e de quem não gravei o nome porque sou muito tonta e estava muito emocionada. Não é sempre que se chega numa cidade que se não é inóspita (e São Paulo sempre me é tão acolhedora) ao menos é bem menos povoada de amigos como Porto Alegre, e ainda assim conseguimos ter presença e vendas.







Os autores em São Paulo, na sessão de autógrafos, setembro de 2008.







E já que estou nessa onda toda, necessária e já mais que na hora, tenho-quê, simplesmente, tenho que agradecer ao Charles (o patrono-da-Feira Kiefer), muito muito muito. Por ter, uma vez, em aula, rasgado três páginas de um conto meu para me mostrar onde realmente estava minha história (e foi um ótimo sinal que ele rasgou as páginas e não precisou desenhar pra eu entender!), e por ter me dito que se eu tenho um canhão eu não posso ficar perdendo meu tempo matando passarinhos e tenho que ir atrás de uma guerra de verdade (ok, a parte da guerra de verdade é complemento meu, mas a coisa do canhão da linguagem pra acertar passarinho ele disse mesmo), e por ter usado o chicote na medida certa e ter elogiado nos momentos em que eu precisava de um incentivo. E, acima de tudo, por ter escutado às nossas idéias sobre o Inventário, numa terça-feira de manhã (Mas, gurias, ele disse pra Dani e pra mim, quem é que vai comprar um livro sem que ele exista?) e, por causa da reação incrédula, simplesmente ter nos obrigado a tornar a coisa toda real e bem-sucedida.





Aí, sem querer me gabar, nem nada, o livro é lindo. A capa é bonita, a textura é gostosa, as histórias estão bem escritas e o trabalho todo, do início ao fim, foi bem feito. Foi pensado estrategicamente para vender, mas foi realizado com todo o coração, com toda a emoção, com as entranhas e as lágrimas (ok, ok, exagero, mas é pra dar a ênfase da coisa toda) dos autores. De autores competentes, diga-se, que estudam literatura e escrevem e reescrevem até que o trabalho fique, no mínimo, bom. E eu me orgulho disso. De tudo, do início ao fim. Principalmente porque lá no início nós nos lembramos de pensar em como esse livro chegaria na mão do leitor, em como o leitor receberia os contos, desde a capa até o marca-páginas. E porque nós pensamos em todos os detalhes, e porque sabemos que mesmo sendo livro, é também um produto, fizemos questão de que funcionasse mercadologicamente. E, até agora, considerando que fui levar mais dez exemplares lá na Cultura, posso afirmar que deu certo.







O livro lindo.







E aí, se você agüentou ler até aqui porque ficou curioso ou curiosa para saber qual é a parte ruim, pois bem, chegamos a ela.





A parte ruim é que, e é muito triste a constatação, apesar do livro ser tão bem-feitinho e tão bom, a editora (Nova Prova, sem links) parece querer boicotá-lo, ou, na hipótese menos má, sente-se envergonhada do livro. Sim, porque só pensando em coisas absurdas como vergonha ou boicote para explicar porque, dentre todos os itens do catálogo deles, mesmo tendo estoque disponível, eles não levaram nenhum Inventário para a Bienal de São Paulo. Nem levaram esse estoque (que não foi levado pra Bienal e que ainda está com eles) para o Lançamento do 104, terça-feira, no Memorial do Rio Grande do Sul.





Então assim, só para encerrar a parte Low da coisa, se eles, Nova Prova, não gostam do livro, tanto pior para eles. Demonstram uma grande miopia mercadológica e estratégica (dos meus tempos de Gestão Empresarial) e uma grande falta de tato. Mas isso é problema deles, porque nós continuaremos firmes nas nossas idéias de pensar estrategicamente (oh, boy, eu nunca mais tinha escrito estratégia e suas variantes tantas vezes em tão pouco tempo desde que terminei o curso. Prometo que vai passar.) e trabalhar nossas histórias com ardor e com afinco para revolucionar e construir o futuro da Literatura Brasileira, quiçá Mundial* e realizar livros lindos e emocionantes.



















































* Piada-interna dos autores do Inventário. Não conseguiria explicar. Tinha que estar lá.

setembro 19, 2008

For SelfPortraitChallenge - Contrasts

I just came back from very interesting vacation abroad, and now that I came back, the buildings and streets I’ve been seeing for at least ten years – and that had become merely background absorbed by my eyes, automatically – have gained a new perspective. Since they stopped being my routine landscape, I can see all their beauty and ugliness, again.

I think contrasting things – old and new, fashion and kitsch, urban and nature – offers us a better opportunity to learn from them. When we put ourselves in a position to question our ideas and point-of-view, the contrast between what we are and what we think we are (or feel we are) can make us grow.

There are very nice contrasting photos this week.

This one is just great. The way she could get the focus of the image through her glasses can offer us a glance of how she usually sees the world without her glasses on.



(see more here)
The second one I chose this week is the shadowy one. Shadows are always a great subject to show contrasts, and to me, she managed to show, in three simple images, how a small difference (the negative and the highlights) can change the entire picture and makes us see more than we could think of.

(see more here)

The third is, for me, the best one to represent what I was trying to say before about how the contrasts can make us better as they force a different perspective on us. It’s the image of a slim figure, of someone who’s lost over a hundred pounds, but deep inside could – yet – change the way she looks over herself. And the contrast of what we see of ourselves and what we really are is always the hard one face. But, also, the most rewarding when conquered.


(see more here)
For more contrasts, check SelfPortraitChallenge. Unfortunatelly I couldn't manage to conect there to post it on SPC. Something with my password and not being able to recover it.
So, I'm sorry everyone, for the inconvenience. I'm trying to fix it.


setembro 13, 2008

Wishing on a star


Quando eu era pequena, sempre que anoitecia procurava com os olhos a primeira estrela do céu, e pensava, estrela estrelinha, a primeira que eu vejo, seja boazinha e realize o meu desejo. E pensava numa coisa que eu gostaria muito que acontecesse e que na hora me parecia impossível, ou ao menos muito difícil.
Não sei se meus desejos se realizavam, ou, se eles se tornavam realidade, era porque tinha sido um pedido meu, obra do acaso ou simplesmente algo que aconteceria independente da minha vontade.
Eu sei que não acredito mais em desejos, em sorte e azar, e em obras do acaso. Não sei se ainda acredito no destino como algo superior e além da vontade individual, quer dizer, tenho consciência de que existem situações pelas quais precisamos passar, por algum aprendizado necessário.
Mas eu acho um absurdo qualquer pessoa não se sentir responsável pelo que acontece na sua vida. Acho um absurdo as pessoas ainda creditarem ao acaso, à sorte, ao azar, ou - pior, muito pior - a outras pessoas a responsabilidade pelo que acontece, para o bem ou para o mal, na sua vida.
Acho medíocre não ter consciência de que cada ato provoca uma reação, principalmente quando somos nós que decidimos nossos atos, e seremos nós a aguentar as consequências.
É certo que não temos como saber, aqui no início da estrada, o que vai acontecer lá no fim. Não temos como saber que efeitos e acontecimentos surgirão a partir de cada escolha que fazemos, de cada caminho que seguimos. Mas é certo que não dá para seguir para a direita E para a esquerda ao mesmo tempo. Não dá para ficar E seguir.
Então escolher é, em sua essência, perder alguma coisa além, deixar de ter o que está atrás da porta número um sem mesmo saber. E, tendo isso em mente, escolhendo mesmo assim, e aceitando as consequências de cada uma dessas escolhas, bem, isso é viver plenamente. Isso é experimentar a vida, com todos os seus lances de sorte ou de revés, sem culpar algo ou alguém.
Hoje eu vejo que algumas escolhas doídas do passado me trouxeram para cá, para onde estou agora, de onde enxergo que aquelas dores momentâneas foram pequenos percalços perto da beleza do caminho que me trouxe até o presente. E vejo que foi a coragem de escolher, mesmo doendo, que me fez crescer, que me fez perceber como a minha vida é só minha, e se eu sou mais ou menos triste, ou, mais ou menos feliz é porque eu construí essa realidade.
E ainda hoje eu corro para o céu sempre que anoitece, à procura da primeira estrela. Mas não mais para fazer algum pedido. E sim pela beleza da noite, e pela alegria de apreciar o belo, sem expectativas. Porque não há expectativas quando se tem o controle da sua própria vida.
(foto publicada primeiramente em ImagemporDia)

julho 16, 2008

Skills 3 - For SelfPortraitChallenge


According to Merriam-Webster, resilience is the capability that a body has to recover its original shape and size after any deformation, specially stress.


So, considering that everyday I turn and stretch and multiply myself so I can embrace the world of things that need to be done by me (work, family, relationship, friends, classes, literature, side projects, and so on), and considering that everyday I find some peace of mind to reagroup and restore my energy and my drive to keep on going and stretching and changing and adapting and embracing and accomplishing, I can only conclude that resilience is one of my strongests skills.

(This is me, stretching out to reach you.)



To see more interesting skills, check SPC.

julho 11, 2008

Retomando os trabalhos

Começa com a escolha. O que imprimir, o que levar.
Continua com a chegada no lugar marcado. Vocês tem a chave, perguntou o porteiro. Ainda não, quis dizer, mas não deu tempo.
Aí é colocar as conversas em dia, e expôr os planos, dividir as expectativas.
Até que todos cheguem, é só ansiedade.
Nervoso mesmo é na hora da leitura. Medo, apreensão, tensão, tentativa de adivinhar se sim ou se não pelas sobrancelhas arqueando, pelo sorriso aparecendo ou pela caneta riscando enquanto as frases são decifradas em voz.
Daí vem a melhor parte. Ouvir, ouvir, ouvir. Questionar um pouco. Ouvir de novo. Pensar a respeito.
E já pensar no tempo que será preciso para reorganizar tudo, repetir a receita, acertar as arestas e tudo o mais para o próximo encontro que será mais um a escrever o futuro e a história da literatura brasileira, quiçá mundial.

julho 08, 2008

Só para constar

- A Insônia sentou aqui do meu lado, na cama, e não pára de falar. Fica me cutucando e me fazendo cócegas, e eu já estou ficando sem ar.



- O Sol deu as caras, hoje. Apareceu, deu um rápido olá e se mandou, sabe-se lá para onde. Deixou um rastro de calor atrás de si, mas isso não impediu que as Nuvens se revoltassem de novo e invadissem tudo. Alguém inclusive ouviu elas gritando "vamô invadí geral", mas Alguém é tão confiável quando Os-Outros nessas questões, da mesma maneira que Eles não servem para fonte confiável.









(antes do Sol deixar espaço para Nuvens)





- Eu particularmente prefiro a companhia do Frio. É que os Latidos se manifestam mais na mesma medida em que o Frio se manda para outras bandas.





- O Dia hoje foi caótico, acho que esqueceu de novo de tomar o remédio. Tsc tsc. Em compensação, a Noite apareceu linda, com uma lua crescente de brinco, e algumas estrelas (isso antes das Nuvens, ciumentas, tomarem conta).





- A Dor-de-Garganta, na maior cara de pau, bateu hoje aqui em casa. Aliás, ela e a Insônia se adoram. Estão num papo animadíssimo, e eu sem entender lhufas do que elas estão dizendo.





- Oba! O Sono resolveu me atender e acabou de chegar. Agora ele me ajuda a por essa gente toda pra fora (sim, porque Insônia nunca está sozinha, vem sempre com uma entourage, e geralmente Preocupações é a primeira a aparecer, de mãos dadas com Antecipação, e daí a Coisa Toda fica incontrolável).



- Ufa! Acabei de pegar um último Medo (o chatíssimo e repetitivo De-Esquecer-Alguma-Coisa) e jogar pela janela.


- Agora que só resta Silêncio, consigo escutar o Narrador, sabe a voz que fica o tempo todo explicando, inventando, descrevendo, contando e contando e contando? Pois é, agora consigo ouvi-lo. Pena o Sono agora mesmo ter tapado meus ouvidos e fechado meus olhos.

- ZZzzz



(a cena que Narrador está contando e recontando e descrevendo. Vai entender!)

julho 01, 2008

While you are making other plans

Eu nunca tinha reparado como fica escuro cedo, e como fica muito escuro, agora no inverno.

Quer dizer, posso até ter reparado antes, mas nunca tinha sentido isso com tanta intensidade com este ano, nestes últimos dias.

Talvez porque tem chovido muito, durante muitos dias seguidos, e mesmo quando não chove o céu segue num acinzentado chumbo que deixa passar muito pouco da luz do dia, e faz tudo parecer noite mais cedo.

Talvez porque ano passado estava tão envolvida com a concepção e realização dO Livro que nem olhava para o céu nem via se estava claro ou escuro porque não importava muito, desde que eu continuasse a revisar, reler, corrigir, separar os postais, convidar pessoas, atualizar o site.

Talvez porque este ano estou desacelerada - ok, é verdade, mas não é por vontade própria - e ando um tanto doente (bem, o termo certo deveria ser "com dores generalizadas e sem origem específica", mas de repente um tanto doente resume tudo), e um pouco cansada, talvez por causa disso eu esteja mais propensa a olhar para cima, olhar ao redor, perceber melhor as coisas.

E daí venha a perceber que anda ficando muito escuro, logo que anoitece. O sol não se estende nem se espalha, nem estica seus raios até o último minuto sobre as ruas, reverberando com reflexos nas janelas e vidros dos prédios como nos dias de verão. E até nem dá muita vontade de estar fora de casa, enquanto o frio não passa e ainda não é verão e o sol também se esconde e se recolhe e se encolhe o quanto pode, saindo de cena logo que acaba seu horário oficial, guardando seu calor pra si mesmo e pras outras partes do mundo por onde ele segue passando.

E daí venha a sentir muito mais frio e muito mais preguiça, e acabe sentindo muito mais vontade de ficar quietinha, tomando chazinhos e sopinhas e me esquentando de outras formas e tenha sentido até mesmo preguiça de escrever e atualizar o blog.

Mentira. Quero dizer, toda a parte do frio até a parte da preguiça é verdade, ou, bem, coloquemos assim: é não-ficcional (principalmente considerando que este blog é tão permeado de ficcionalidades e inverdades e invencionices, que são, sempre, literariedades). Ao passo que a parte sobre a preguiça de escrever e atualizar o blog é, bem, digamos, ficcional sem ser literarierável. Se é que me é permitido inventar palavras assim à torto e à direito.

O fato é que o blog passou, nestes dias, semanas e algumas horas, para um segundo plano, ou, melhor dizendo, um terceiro - de repente seria melhor dizer logo, quarto - plano. Desceu alguns números na lista de prioridades, porque se tem uma coisa que realmente é prioridade, ao menos pra mim, é a vida real. Já que estamos na parte de explicações do post, seria melhor dizer, a parte não ficcional não negociável da vida.

E essa parte é boa, sabe. Coisas boas acontecem nesse plano não ficcional, coisas melhores do que eu jamais poderia imaginar no plano ficcional. E olha que criatividade eu tenho aos montes (mesmo que evite sempre sempre criar ou mesmo insinuar informações ilusórias, porque isso eu deixo para os doidos, desavisados e desocupados de plantão), mas sei bem separar o que é joio do que é trigo e, mais ainda, sei identificar o que é jóia.

Então nessas de encontrar as jóias, acontece que eu também sei limpá-las e lapidá-las, quando precisam, e acabo sempre encontrando um anel ou um colar ou mesmo um relicário em que elas caibam, e fiquem lindas, e iluminem o ambiente, a vida, o momento. E o blog passou para segundo (terceiro, quarto, em alguns momentos quinto, mas isso eu já expliquei e, bem, tempo é muito importante, então passemos adiante) plano mediante algumas jóias encontradas no plano não ficcional. Não exatamente pérolas, porque para encontrar pérolas é preciso que se mergulhe fundo, e é preciso que se abra as ostras - e, não sei se é sabido de todos, mas ostras são seres muito conscienciosos de sua privacidade e espaço, e podem ser perigosos, caso não se saiba lidar com eles - com cuidado, e pedir com educação para retirar a pérola dali, sempre lembrando de deixar no lugar um grãozinho de areia, um fragmentozinho de concha, para que a ostra se apegue a ele tanto quanto era apegada à pérola e lhe deixe em paz. E, caso as palavras anteriores não tenham lhe escapado, bem, anda muito frio para mergulhar muito fundo. Frio e escuro.

É que escurece muito cedo nesta época do ano, e talvez eu nunca tenha reparado antes, ou talvez este seja um ano peculiarmente mais escuro que os anteriores, e definitivamente o sol anda aparecendo pouco. E anda chovendo muito, e mesmo quando chove as nuvens escuras permanecem, e se espalham pelo céu e se esticam até o horizonte, até onde podem tapar o sol e seus últimos raios do dia com mais eficiência. E é por isso que eu ando mais preocupada em manter o calor, ainda mais que estou desacelerada -bem, não que tenha sido por escolha ou vontade própria, mas os acontecimentos não me permitem andar no meu ritmo, que é sem dúvida mais veloz do que o normal dos acontecimentos -, mesmo que não seja bem uma opção mas se caracterize mais por uma norma, nestes dias, e o fato é que por andar mesmo desacelerada, o calor me é caro, e os momentos disponíveis para este blog (entre outras coisas mais ficcionais, digamos assim) andam raros, mas ando encontrando jóias e coletando-as e colecionando coisas muito mais importantes para mim (e bem, por que não dizer, também para o mundo, no momento em que depende da minha compreensão e concepção e organização mental o bom andamento do mundo) que poderão ser importantes de uma maneira bem mais abrangente no futuro (believe me when I say this) do que podem parecer agora.

Então que não é estação propícia para ficar mergulhando fundo, nem para ficar chasing cars, como diz a música, muito menos para ficar tomando sereno, com todo esse frio que anda fazendo. Mas de repente eu não reparei, anteriormente, que faz tanto frio nesta época do ano, mas pode ser que este seja um ano atípico. Pode ser, também, que sempre sempre escureceu assim tão cedo, e sempre sempre o escuro foi tão escuro como me parece que é agora. E se sempre sempre sempre foi assim, de o sol se recolher, e o frio recrudescer, e o escuro nos fazer empalidecer, de repente é uma coisa um tanto boa que eu possa estar desacelerada desta forma, porque somente desta maneira posso, se de nada mais vale, reparar nesse fato, nessa realidade, ou melhor, nessa não ficção, e poder contemplar o mundo de um ponto-de-vista, para dizer o mínimo, diferente.

(Because are those things, those little, even insignificant things - as it might seem at a first glance - that happen to you, that can be considered your life, while your mind and your thoughts might be elsewhere)

junho 11, 2008

A Lua







O céu clareou.

O frio - delicioso!! - chegou com força, vento e jeito de quem fica por mais tempo.

A lua se exibiu hoje no meu pátio, enquanto o cheiro de pão sendo assado aquecia a casa escada acima.


(A lua, exibida)




(Eu, olhando para dentro da máquina que faz o pão crescer)



Tão diferente de ontem, e no entanto tudo um pouquinho igual.


As pessoas acham que entendem, só porque passam aqui e me vêem pelas fotos e lêem as bobagens que eu escrevo. Mas, olha, there's so much more underneath going on que eu nem teria por onde começar.


Quer dizer, nem quero. Não é pra isso que vim, ao menos não hoje.



(Hey, mind your own life. That is, if you have one.)


A minha vida é divertida, like a ride in an amusement park, it used to be a very vertical roller-coaster, but now is just about fun. Mas eu guardo a diversão apenas para quem tem ingresso, e não é todo mundo que pode pagar o preço.




(E você, acha que pode?)

(Foto publicada também aqui.)

junho 03, 2008

As buscas mais estranhas

Na expectativa de coisas grandiosas para acontecer (ou, na pausa antes do furacão, ou ainda, na falta total de assunto para o momento), comecei a olhar as buscas no google que levam, ou melhor, que trazem as pessoas a este modesto blog.

Vejamos. A mais óbvia:

- Significado de overcome. Sim, é o título. Se uma busca por essa palavra não trouxesse pra cá, começaria a duvidar da real eficácia do Google.

Não tão óbvia mas relacionada:

- Every new beginning comes from some other beginning's end. Bem, considerando que é uma letra de música, e que não é muito mainstream, e que das páginas em português não deve mesmo haver muitas que falam sobre essa música, ok, é até compreensível. Espero que as pessoas tenham encontrado o que procuravam. (se a busca era para tradução, tenho que pedir desculpas. Não tenho o costume de traduzir. Muito menos de me auto-traduzir. É esquisito dizer, mas ou as coisas, na minha cabeça, eu quero dizer, são pensadas ou em inglês ou em português, e o fato de estar em uma língua não significa que passará para a outra. Ao menos não por mim.)

Temos ainda uma busca "serviço de utilidade pública":

- Qual o melhor remédio sobre rouquidão. Apesar dos diversos posts no tema sem-voz e da minha semana afônica, não me lembro de ter comentado como melhorei. Nem sei se houve algum método que tenha especificamente ajudado. Descansar as cordas vocais, proteger do frio, comer maçã e tomar os remédios que o médico indica são sempre as melhores dicas.

Aí começamos com as buscas esquisitas:

- IMDB confirma. De novo sinto em desapontar as pessoas que chegam até aqui, mas não saberia começar a explicar como baixar um filme. Isso é tarefa do boyfriend. Ele já tentou me explicar algumas vezes, mas isso cai na categoria "bolinha roxa" para minha atenção. (Eheheheheh, a Tavs vai entender! De repente eu até explico mais tarde, se der tempo)

- Versos para desejar feliz aniversário. Ok, eu falo bastante de aniversários (eu adoro aniversários!) mas não conheço, até o momento, nenhum verso para desejar feliz aniversário diferente do clássico cantado entre brigadeiros e cachorros-quentes. Ehehehehehehe

- Como paralizar uma pessoa com os dedos. Será que é possível? Será que a resposta realmente está descrita neste blog? Será que eu sei como paralizar uma pessoa com os dedos? Parece uma coisa meio poderes do Heroes, sabe. Uns voam, outros lêem pensamento, eu paralizo as pessoas com os dedos. Uau. I'm impressed!

(O que será que trará as pessoas até aqui na semana que vem? Aguarde próximos momentos de baixa inspiração.)

maio 28, 2008

For SPC - Fresh Idea








This is how it works: I see an image, or a scene, a movement, in my head. Sometimes is just for a second. It doesn't need more than that.







I try to concentrate on the emotion of the image, or the scene. The intensity, the colors, the temperature. The scent. I try to figure if it is noisy there, or if the dogs are barking on the next corner.







Then the image takes me over. It starts to haunt me, to fulfill my thoughts, my dreams. That's when the characters show themselves. They begin to move. They talk and their voices are far and low at first, but as time goes, they come closer and I can listen to them more carefully.



I begin to watch them as they go, and they offer me their hand and I just grab and let myself go. I start to follow them around. I come to know the very deep of them. I can hear them while I brush my teeth to go to work, and I remember them as I buy groceries to make dinner.



They become louder and louder inside my head until the point I can't no longer have them inside.



That's when I go back to the first scene, the first image - that I probably have written down in one of my notebooks - and write it all down, and pull the characters and the action and the whole thing out of my head.



And then I can be just me again, with some silence inside. For a while, at least, until the next fresh idea start to take me over.





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