novembro 04, 2009
Feirando
Passei no stand central e me inscrevi em algumas atividades, mas isso antes da Feira abrir oficialmente. E por enquanto, foi só.
É que este ano eu quero ser uma pessoa controlada, ponderada e planejada, que tem uma lista e se mantém mais ou menos fiel aos títulos da lista, e não fica olhando para todas as bancas aleatoriamente.
Daqui a pouco vou passar por lá. Num evento específico (ops, já deveria estar lá! Dani e LLLLeila, estou atrasada.), sem muitos devaneios e olhos correndo por todos os livros.
É que eu sempre acabo me empolgando, com tanto livro e saldos e títulos juntos.
Depois eu conto se consegui me manter na linha.
Torçam por mim!
outubro 14, 2009
Antes foi tanto, agora é só foto.
Tanto tanto tanto.
setembro 28, 2009
setembro 27, 2009
Desacordos

junho 21, 2009
Pra completar
(saudades!)
Fazendo de mim mesma notícia.
Honra de estar na lista. Alegria de ver meu nome lá. Prazer da palavra impressa.
Então que...
Os dias seguem sua sequência conhecida e o sol nasce e se põe e a lua cresce e descresce no céu, indiferentes a qualquer outra coisa que aconteça.
E eu também, continuo, indiferente a algumas coisas que acontecem, alguns acessos esquisitos, alguns emails suspeitos, mas nada que me impeça de seguir em frente.
E seguir em frente tem suas vantagens. Seguir em frente se mostra sempre ser a melhor opção.
A vida seguida em frente mostra-se sempre mais interessante, mais rica, mais cheia de amigos e de propostas e de projetos e de acontecimentos.
Mas afinal o que seria da vida se não fossem seus acontecimentos? John Lennon já cantava que a vida é o que nos acontece enquanto estamos fazendo outros planos. Eu passo a discordar, cantando meus próprios versos, que a vida é o que acontece enquanto construimos nossos planos. É, meus versos nunca rimam, mas e quem disse que para ser bom tem que rimar?
Eu tinha pensado em escrever um super post com vários itens, atualizando tudo, tintim por tintim (sempre achei muito engraçada esta expressão, mas segue a história, porque senão não acaba nunca), mas pensei com meus botões, para quê? Para quem? Só para agradar fetiches alheios? Ná, que eu não estou aqui para agradar a ninguém além de mim mesma, e quem importa mesmo sabe tudo o que está acontencendo comigo. E não é pouca coisa.
Desisti de fazer um post atualizando os últimos meses. A minha memória falha. E o que importa mesmo, escreve em algum dos meus milhares de caderninhos, para ter registrado, só para mim.
Vou fazer de conta que não houve esse lapso de tempo em branco. Vou fazer de conta que sempre estive por aqui. Vou fazer de conta que isso até importa. Vou continuar.
abril 07, 2009
Imagem por dia alternativo - Festa dos amigos!
Até lá, tem uma imagem e uma colagem pra registrar, um pouco, o que passou.
(Porque nós somos o máximo! E nada nem ninguém consegue provar o contrário!)
março 27, 2009
Festa! Quanto mais, mais!
Sabe aquelas festas dos Amigos, que aconteceram nos anos anteriores, e que você já estava se perguntando quando é que iria ter de novo?
Pois bem, eu sei que é meio em cima da hora, mas anota aí que dia 04 de abril vai ter uma dessas!
No LongPlay, que é um bar ali na Sarmento esquina com a Lima e Silva, na Cidade Baixa. Em Porto Alegre. A partir das 22:13.
Quer saber mais? Clica aqui!

Chame os amigos. Quanto mais, mais!
Te espero lá.
janeiro 22, 2009
Eles chegaram!
E são liiiiiiiindos!
Alguns já têm dono, e um será exclusivo meu. Mas tem um que será para compartilhar.
Então é isso. Quem estiver interessado em participar, basta mandar um email pra mim, que eu vou organizar uma lista prévia de participantes e depois entro em contato com todo mundo. E sim, tem que tirar foto do que escrever ou desenhar. Não precisa necessariamente expor o texto ou desenho na foto. Mas tem que registrar e compartilhar o registro.
ÊÊÊÊÊÊ!
* Importante: meu muitíssimo obrigada ao Carlos Tannure por toda atenção! E ao Doisespressos por me apresentar essa novidade tão interessante.
dezembro 18, 2008
Viver descabela!


* Eu, que sou moça de fino trato, já aprendi a lição e levei umas havaianas high pra hora em que o salto começa a incomodar. Que foi muito útil, não só para mim mas também para saltos quebrados e etc

Ah, sim, e aproveitando o advento de alguns cliques no link de álbuns virtuais ali no cantinho já aviso que as fotos não estarão nesses álbuns virtuais, mas todo mundo que foi receberá os links por email!
dezembro 11, 2008
Convitinho básico

outubro 24, 2008
High and Low literário
Arrãm.
Bem, então que ontem aconteceu uma coisa muito muito boa que compensou a coisa ruim, ou melhor, a coisa um tanto desagradável que aconteceu anteontem.
Devo começar pela coisa boa ou pela coisa ruim? Vou começar pela boa, que me deixou mais empolgada.
A coisa boa, que de fato é muito muito boa, foi que eu precisei levar lá na Cultura dez exemplares dO Livro, porque eles pediram. Aliás, porque os clientes em São Paulo (e para saber mais sobre o lançamento do livro em São Paulo, porque eu ando fora de mim e totalmente relapsa, não escrevi nada a respeito, mas depois da Dani escrever - e ela falou tão bem sobre tudo - que eu abdico do post e linko aqui pra você ler) andaram pedindo, e faltou livro, porque os dez exemplares que lá já estavam foram vendidos e não estão mais! (Inclusive, no site da livraria, você pode ser o primeiro a opinar.)
Os postais do Kit-Inventário pré-venda.
Ok, empolgue-se como eu e a Dani (os outros autores do Inventário ainda não sabem, eu acho): os livros esgotaram! E estão sendo procurados e pedidos!
Para um escritor, ainda mais no comecinho-inho-inho, é uma excelente notícia! É um motivo para seguir em frente, é um item para colocar na lista dos porque-eu-devo-continuar-escrevendo, que fica dentro do caderninho de anotações para ser lida de tempos em tempos, quando o desânimo bater. (Ou a inércia, ou a insônia, ou o cansaço, ou todas as outras coisas que aparecem no meio do caminho, o que vier primeiro)
Pois bem, aí eu chego aqui e tenho que fazer alguns agradecimentos. Ao Boyfriend, por toda a paciência e incentivo do mundo. À família, por anos e anos de incentivo e situações absurdas que me proporcionaram a imaginação e a teimosia. Aos amigos, todos todos todos, que compraram os kits-inventário durante a pré-venda, que foram no lançamento, na Feira, muito obrigada!
Tenho que agradecer especialmente à Dani, que embarcou em todas as loucuras que eu propus e que me levou junto em todas as loucuras que ela propôs. E agradecer à família Ferreira, por todas as acolhidas e lanchinhos quando nos encontrávamos para ler e ler e ler. Daí agradecer à Leila e à família Teixeira (pela acolhida em Passo Fundo), e agradecer ao Emir, ao Leo, ao Luiz, à Lívia, ao Nelson, ao Paulo e ao Valmor, companheiros generosos durante toda a empreitada do fazer-o-livro.
E agora que comecei, não posso parar. Tenho que agradecer aos colegas de Oficina, por todas as palavras de crítica e de elogio, tão necessárias.
Os autores autografando a fila interminável, no dia do lançamento, em setembro de 2007.
Tenho que agradecer aos presentes no lançamento, dia 19 de setembro, na Livraria da Vila, todos que foram lá nos ouvir e nos ver e nos pedir que rabiscássemos nossos nomes nessa coisa tão preciosa que é o nosso livro. Principalmente à Ana e Mel, ao Tom, à Ale e o Gian, que foram lá! Obrigada, mesmo. Obrigada, Pam e Paolla, duas delícias com sotaque. Obrigada aos integrantes da Toca, pelo teto e acolhida. Obrigada à Marisa, da Página da Cultura, à Beta, da Livraria da Vila. À Josi. Ao Marcelino Freire, pelo apoio e digulgação, obrigada. Ao Davi Oscar Vaz, Rosel Soares, Anaê e todos os que estavam lá e de quem não gravei o nome porque sou muito tonta e estava muito emocionada. Não é sempre que se chega numa cidade que se não é inóspita (e São Paulo sempre me é tão acolhedora) ao menos é bem menos povoada de amigos como Porto Alegre, e ainda assim conseguimos ter presença e vendas.
Os autores em São Paulo, na sessão de autógrafos, setembro de 2008.
E já que estou nessa onda toda, necessária e já mais que na hora, tenho-quê, simplesmente, tenho que agradecer ao Charles (o patrono-da-Feira Kiefer), muito muito muito. Por ter, uma vez, em aula, rasgado três páginas de um conto meu para me mostrar onde realmente estava minha história (e foi um ótimo sinal que ele rasgou as páginas e não precisou desenhar pra eu entender!), e por ter me dito que se eu tenho um canhão eu não posso ficar perdendo meu tempo matando passarinhos e tenho que ir atrás de uma guerra de verdade (ok, a parte da guerra de verdade é complemento meu, mas a coisa do canhão da linguagem pra acertar passarinho ele disse mesmo), e por ter usado o chicote na medida certa e ter elogiado nos momentos em que eu precisava de um incentivo. E, acima de tudo, por ter escutado às nossas idéias sobre o Inventário, numa terça-feira de manhã (Mas, gurias, ele disse pra Dani e pra mim, quem é que vai comprar um livro sem que ele exista?) e, por causa da reação incrédula, simplesmente ter nos obrigado a tornar a coisa toda real e bem-sucedida.
Aí, sem querer me gabar, nem nada, o livro é lindo. A capa é bonita, a textura é gostosa, as histórias estão bem escritas e o trabalho todo, do início ao fim, foi bem feito. Foi pensado estrategicamente para vender, mas foi realizado com todo o coração, com toda a emoção, com as entranhas e as lágrimas (ok, ok, exagero, mas é pra dar a ênfase da coisa toda) dos autores. De autores competentes, diga-se, que estudam literatura e escrevem e reescrevem até que o trabalho fique, no mínimo, bom. E eu me orgulho disso. De tudo, do início ao fim. Principalmente porque lá no início nós nos lembramos de pensar em como esse livro chegaria na mão do leitor, em como o leitor receberia os contos, desde a capa até o marca-páginas. E porque nós pensamos em todos os detalhes, e porque sabemos que mesmo sendo livro, é também um produto, fizemos questão de que funcionasse mercadologicamente. E, até agora, considerando que fui levar mais dez exemplares lá na Cultura, posso afirmar que deu certo.
O livro lindo.
E aí, se você agüentou ler até aqui porque ficou curioso ou curiosa para saber qual é a parte ruim, pois bem, chegamos a ela.
A parte ruim é que, e é muito triste a constatação, apesar do livro ser tão bem-feitinho e tão bom, a editora (Nova Prova, sem links) parece querer boicotá-lo, ou, na hipótese menos má, sente-se envergonhada do livro. Sim, porque só pensando em coisas absurdas como vergonha ou boicote para explicar porque, dentre todos os itens do catálogo deles, mesmo tendo estoque disponível, eles não levaram nenhum Inventário para a Bienal de São Paulo. Nem levaram esse estoque (que não foi levado pra Bienal e que ainda está com eles) para o Lançamento do 104, terça-feira, no Memorial do Rio Grande do Sul.
Então assim, só para encerrar a parte Low da coisa, se eles, Nova Prova, não gostam do livro, tanto pior para eles. Demonstram uma grande miopia mercadológica e estratégica (dos meus tempos de Gestão Empresarial) e uma grande falta de tato. Mas isso é problema deles, porque nós continuaremos firmes nas nossas idéias de pensar estrategicamente (oh, boy, eu nunca mais tinha escrito estratégia e suas variantes tantas vezes em tão pouco tempo desde que terminei o curso. Prometo que vai passar.) e trabalhar nossas histórias com ardor e com afinco para revolucionar e construir o futuro da Literatura Brasileira, quiçá Mundial* e realizar livros lindos e emocionantes.
* Piada-interna dos autores do Inventário. Não conseguiria explicar. Tinha que estar lá.
setembro 12, 2008
Invandindo São Paulo
Dia 19 de setembro, na Livraria da Vila, na Vila Madalena, das 18:30 às 21:30. Os autores Daniela Langer, Leila de Souza Teixeira, Emir Ross, Luiz Ohlson, e esta que vos escreve estarão à disposição para bate-papo, fotos e autógrafos.
Abaixo o convite oficial e o release. Convidem os amigos. Apareçam!

Depois do imenso sucesso do Inventario das Delicadezas, com sua estratégia inovadora de divulgação, chega agora a vez de São Paulo receber os autores do livro Inventário das Delicadezas para um bate-papo seguido de uma sessão de autógrafos.
Será na Livraria da Vila, na Vila Madalena (Rua Fradique Coutinho, 915), das 18:30 às 21:30. Com organização de Charles Kiefer, que apresenta os autores e seus contos dizendo que "Inventário das Delicadezas é também um inventário das formas possíveis de se enfrentar esse gênero tão complexo, tão delicado e tão perigoso que é o conto", o livro é a realização de um projeto de autores iniciantes que reuniram com o intuito de publicar os melhores contos produzidos nas aulas da Oficina Literária ministrada por Kiefer.
A idéia ganhou fôlego e depois de um ano de trabalho, com leituras, releituras e correções dos textos, finalmente materializou-se nesta antologia, que retratam a visão de mundo ou a imaginação de cada autor. A ditatura militar, o futebol, o primeiro amor, as lembranças de infância e até mesmo as peripécias da vida noturna viraram personagens principais de histórias envolventes e sedutoras.
julho 23, 2008
Cena de um shopping
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- Ficou ótima, mas ... o que é essa coisa preta aí?
Esta era pra ser a foto do dia. Mas bem que podia ser a foto de capa de álbum.
E os óculos combinavam com o casaco preto da Dani e o meu casaco azul.
julho 20, 2008
A Cautionary Tale
Como é difícil falar da amizade. Não porque não a conheça, mas porque não posso prescindir dela.
É difícil mais porque não consigo me colocar racionalmente quanto à questão, e quanto mais eu penso sobre, mais nuances encontro, mais riqueza na trama e nos fios encontro, e aí eu resolvo seguir um fio para ver onde ele se liga comigo e com os outros fios dessa intricada rede, e acabo por me perder. E a beleza é que me perder aqui não é necessariamente perder, ou me perder de mim, mas encontrar, re-encontrar, conhecer.
Esses dias estava lendo um livro sobre livros (e nada é mais absurdamente "coisa de escritor" que ler livros sobre livros) e em um dos capítulos encontrei a passagem abaixo. Eu gostaria de encontrar o conto completo, porque deve fazer algum sentido maior, mas não se preocupe com isso, porque ler apenas o trecho não vai diminuir em nada a compreensão do que eu quero dizer.
No conto, pelo que eu entendi, (e no livro que fala sobre livros há uma explicação um pouco melhor sobre o enredo da história, sobre o ponto onde encontramos e conhecemos os personagens, que eu tentarei repetir aqui), a Patty vinha tentando se livrar desse fulano que não recebe o nome aqui no trecho, mas que divide apartamento com ela e, apesar de alguns momentos de ternura e afeição, provoca um certo desprezo, e uma vontade de se ver livre dele. Aí chegamos bem na hora que o fulano está com as malas prontas, na porta, se despedindo de Patty, e que ela, com um certo pavor, se dá conta de que agora não deseja mais que ele vá embora, que gostaria que ele ficasse mais, que ela tivesse sido mais compreensiva com ele e pudesse ter aproveitado melhor os momentos compartilhados com fulano.
E bem, vamos ao texto. O texto fala do quão adesivo é o amor, e eu concordo. Indepentende do tempo que dure, a relação entre duas pessoas cria uma espécie de membrana permeável, como uma troca celular, oxigênio e nutrientes, troca que gera energia - por causa da queima - e por isso mesmo deixa marcas. No nível celular, tem algo a ver com o envelhecimento, radicais livres, algo assim, e a preguiça maior me impede de procurar agora sobre o assunto. Mas o amor, ou a amizade - a que as pessoas se referem para encerrar o assunto, colocar logo o rótulo e poderem seguir adiante com suas vidas - deixa outro tipo de marcas, deixa a essência do outro em nós, e mimetiza um tanto de nós no outro.
Ninguém passa por uma amizade incólume. Particularmente só posso dizer que minhas experiências têm sido mais positivas que negativas. Que as experiências negativas têm sido curtas, rápidas, descartáveis mesmo, com um prazo de validade bem curto e nenhuma forma de mascarar isso. E posso também dizer que minhas experiências positivas têm sido duradouras, e quanto a isso só tenho a agradecer. Têm, também, sido gratificantes, e me torno cada dia uma pessoa melhor justamente por causa desse grude que fica em mim, por causa dessa substância aderente, envolvente - a que o texto se refere como uma selva viscosa, e que eu imagino ser uma calda de caramelo ou de frutas vermelhas, porque assim é mais gostoso - que traz o melhor de mim.
Por fim, o texto fala (e, puxa, um texto tão pequeno e ela encontra tanta coisa aí, alguém deve estar pensando, que até vale a pena ler. Ao que eu replico que sim, vale muito a pena ler. E peço, novamente, se alguém se deparar com o texto completo, original ou tradução, por favor me mande), não, o texto recomenda que se você não quer esse caramelo-da-outra-pessoa em você, é melhor nem se aproximar de qualquer pessoa, é melhor não trocar nenhuma palavra, nem um olhar. Porque no momento em que houver contato, e a partir desse contato surgir a compreensão, aí você tá perdido, e aí já pode encontrar algum laço de amizade, e aí terá para sempre a calda, o caldo, o doce, a baba (dependendo das pessoas), e inclusive o veneno, em alguns casos, que a outra pessoa deixará em você. E sim, você também deixará um rastro, somos todos lesminhas deixando uma gosminha uns nos outros. Algumas gosminhas vêm com glitter, outras evaporam feito acetona de tão dispensáveis. Mas todas deixam sua marca.
Mas deixa eu deixar o meu bla-bla-bla de lado, leiam o texto.
Até agora, Patty nunca se dera conta de que o tempo é tão adesivo quanto o amor,
e que quanto mais tempo você passa com alguém, mais é provável que se encontre
com uma espécie de coisa permanente com que lidar, a que as pessoas se referem
despreocupadamente como “amizade”, como se isso esgotasse o assunto, quando a
verdade é que mesmo que “seu amigo” faça alguma coisa irritante, ou que você e
“seu amigo” concluam que vocês se detestam, ou que “seu amigo” vá embora e vocês
percam o endereço um do outro, você ainda tem uma amizade, e embora ela possa
mudar de forma, parecer diferente sob diferentes luzes, tornar-se um embaraço,
um estorvo ou um sofrimento, ela não pode simplesmente deixar de ter existido,
não importa quão profundamente se enterre no passado, de modo que tentativas de
negá-la ou destruí-la não só constituirão traições da amizade, mas de maneira
mais prática estão fadadas a ser infrutíferas, causando dano apenas para os que
seres humanos envolvidos e não para aquela selva viscosa (a amizade) em que
esses seres humanos se enredaram, de modo que se em algum momento no futuro você
for querer não ter sido amigo de uma pessoa particular, ou se for querer não ter
tido a amizade particular que você e essa pessoa podem ter um com o outro, então
não se torne amigo dessa pessoa de maneira alguma, não converse com ela, não
chegue perto dela, porque assim que você começar a ver alguma coisa do ponto de
vista dessa pessoa (o que acontecerá inevitavelmente assim que você se colocar
perto dela) as bases para uma compreensão mútua certamente vão escorregar sob os
seus pés.
(Extraído do conto A Cautionary Tale, de Deborah Eisenberg)
E como fica difícil tentar racionalizar uma coisa tão frágil, sendo ao mesmo tempo tão impactante, como a amizade. Em vez de falar sobre ela, eu sempre prefiro vivê-la.
E nunca é demais agradecer pelas pessoas que eu conheço, que me deixam coberta de purpurina e chocolate e caramelo.
julho 11, 2008
Retomando os trabalhos
junho 02, 2008
Nem sei mais...
Nem sei mais se tu quer continuar a ser minha amiga, é a frase completa. Que me partiu o coração.
Faz tanto tempo que não falo contigo, e não apareço, e não mando emails, continua. E até aqui são frases que eu poderia ter escrito para ela, se ela não tivesse deixado de lado o blablabla da vida do dia-a-dia e optasse por investir alguns minutos nas coisas que importam - como as pessoas de quem sentimos muita falta, como eu dela - antes.
Como vc está, ela pergunta. E eu não saberia por onde começar. São tantas coisas, mudanças e planos e acontecimentos, todos ao mesmo tempo, todos até pequenos, mas que me parecem gigantescos na maior parte do tempo, e pesadíssimos, e cansativos de se lidar, porque ando numa fase muito à flor da pele, sabe - isso eu gostaria de responder, de preferência ao vivo - e isso me coloca magnifying lenses nos olhos e não me deixa olhar para a big picture na minha vida, e me faz enxergar essas coisas menores, o trabalho, os problemas, a suposta falta de tempo até, como tão gigantescas e pesadíssimas de se lidar, quando na verdade eu deveria estar focando meu tempo e energia em mandar emails pra ti, e combinar de te encontrar ao vivo, em vez de esperar.
Eu ando tão sumida e atarefada, ela diz. Eu sei, eu também. E gostaria de não estar tão sumida, mas, de minha parte - não sei se de repente é o que está acontecendo contigo também -, posso dizer (tenho que confessar e encarar, seria melhor dizer) que ando pensativa, introspectiva. Ando querendo ficar quieta. Não longe, mas isso é um pouco conseqüência, infelizmente. O fato é que certos acontecimentos me fizeram pensar, e esse pensar está me fazendo pesar todas as coisas na minha vida. Pesar o que me é importante, atribuir novos valores a tudo. Não, não significa deixar de lado as pessoas, porque pessoas, amigas como tu, não podem ter peso ou preço atribuído, porque são verdadeiros achados pela vida, e não têm valor. Mas é como numa viagem, algumas coisas se tornam desnecessárias e tornam o percurso lento, atrapalham, e precisam ser deixadas para trás. É só isso. Um verdadeiro momento-concha, só que em vez de estar cuidando de um grãozinho de areia para fazer dele pérola, estou jogando pra fora todos os grãozinhos que andei arrecadando e que não servem para fazer pérola, e que agora estão me ocupando o espaço.
O que eu quero dizer, e que é bem simples, é que também estou sumida e atarefada, e me sinto muito mal de estar sumida, porque existe a possibilidade de que vc acabe pensando que não me é mais importante, quando isso não é verdade.
Podemos tentar nos encontrar qualquer dia desses, ela pede. Nós devemos, eu digo. Não, eu exijo. Nós devemos nos encontrar, o quanto antes, porque devemos a nós mesmas preservar essa amizade, ainda mais nesse momento de tarefas e ocupações, e preocupações e aborrecimentos que nos tomam o tempo. Eu exijo, e qualquer horário que tu puder, eu estarei disponível. Prometo.
Muitas saudades de você e do seu sorriso, ela se despede. Muitas saudades da tua alegria, do teu bom humor, da tua companhia.
(O email me foi escrito por uma amiga linda e adorável, mas a resposta e a explicação do meu sumiço resolvi publicar porque também são para minhas outras tantas amigas, para que elas me entendam, e entendam o meu momento, e a minha quietude. A intenção de um encontro ao vivo, imediato, o mais rápido possível, também vai para todas. Ah, vocês estão aí? Estão lendo? Me entendem? Me desculpam? Me digam quando podem me encontrar, e eu estarei lá!)
A frase lá do início, em que ela diz que nem sabe mais se eu vou querer continuar sendo sua amiga, me partiu o coração, e a hipótese de que eu deixei ela pensar isso é um absurdo, é um horror. Eu jamais deixaria de ser amiga dela, porque eu a entendo. Entendo e respeito. Tanto o sumiço como o silêncio, qualquer que sejam os motivos. Porque, assim como eu espero que ela esteja lá quando a minha fase concha acabar, ainda estarei aqui quando as tarefas dela acabarem e ela reaparecer.
That's what friends are for, you know!
Então, dear, me avisa onde, que hora, quando. Estarei lá!
* Não usarei o nome dela, porque ela nem sabe que estou respondendo publicamente. Ainda.
maio 10, 2008
Sábados. Ah, os sábados.
Prometo atualizar. Prometo interagir mais.
Mas, sabe como é, esses sábados. Ah, esses sábados!