julho 31, 2008

Ave!

Exibindo criação de uma amiga, talentosíssima, cujo trabalho (ou, uma das facetas de um trabalho abrangente, bonito e multimeios) está disponível no Youtube.




E de uma certa maneira também me exibindo, porque acabo sempre concluindo que o meu talento maior é saber escolher bem as pessoas.
(Parabéns, Isolde! Tuas aves são lindas!)

julho 30, 2008

As agruras de uma boa foto




Agora que eu tenho que atravessar todos os dias a Praça da Alfândega, me deparo sempre com alguma situação inusitada, ou com algum personagem interessante.



Hoje, por exemplo, eu fiquei com medo de uma gigantesca aranha que parecia pairar no nada, em frente ao Santander, entre uma árvore e um prédio. Na ida, não dava tempo. e fiquei meio apreensiva, com o tempo ameaçando chover e sendo um pouco assustador.




Mas na volta, não resisti. Morri de medo. Mas não agüentei. Abri a mochila (morrendo de medo, mas fazendo a maior cara de blasé-não-sou-daqui-e-na-minha-terra-não-tem-isso-de-assalto), coloquei a bateria, voltei um pouquinho (cordinha no pescoço, sempre!) e dê-lhe tirar fotos. No automático, porque não ia dar tempo de ficar medindo a luz e coisa. Na última foto, flash, o que gerou um efeito interessante, ressaltando os olhos.


Como eu falei, o dia estava estranho, e a luz ficou prejudicada.


Mas aí eu já tinha minha foto. Não foram mais que quarenta, talvez cinqüenta segundos.


Quando estava virando a mochila, para abri-la, guardar a câmera, sair correndo, eis que um dos maconheiros (ok, de repente nenhum deles fume maconha, e não querendo ser preconceituosa, explico: moradores de rua, com cabelo dreadlocks, aspecto de sujo, camisetas variando entre os temas Bob Marley, Peter Tosh, Reggae, Maconha, podendo estar com as mãos ocupadas com um violão, e daí tocando reggae, ou com um alicate, e daí manipulando o - como chama mesmo? Sim, arame! - arame para fazer esses bichinhos, como a aranha pendurada em local inusitado, em bandos, vendendo esses bichinhos de arame e pequenos duendinhos de massa durepox que podem também ser usados, suspeitamente, como cachimbos, mas enfim, you get the picture.) começa a me chamar, ei, ei você, da foto, o que me fez virar o rosto, mas não parar de caminhar.


Aí vem a cena vídeo-cassetada. Viro o rosto para ver o que ele, maconheiro com alicate na mão, queria, e ele, muito lentamente, já se levantava e eu continuando a caminhar, movimentos entre guardar a câmera, segurar o guarda-chuva e o casaco e bater com o indicador direito no pulso esquerdo, querendo dizer "sorry", mas não sabendo o que dizer, e ainda vendo ele levantar a mão, como que apontando para a frente, me fazendo daí virar para frente, para me dar conta de bater de cara com um poste.


Eu fiquei tão nervosa, com medo de que o cara realmente estivesse vindo atrás de mim, talvez querendo me forçar a pagar pela foto, ou me obrigar a comprar algum daqueles objetos feitos por ele, e me assustei tanto com a batida (ai ai ai, que vergonha, será que não bati a câmera, que não caiu nada, que minha mochila está mesmo fechada, será que tem alguém olhando, cuidando, querendo me seguir, ai ai ai, ok, reagrupar e sair correndo) que nem vi o que ele estava falando, simplesmente baixei a cabeça, contornei o poste (e quem é que inventou de colocar um poste no meio da calçada da praça, hein, me diz?). O que me fez ter certeza de que ele é realmente consumidor de maconha, os movimentos lentos, e tudo, porque eu tava super perto dele, e com isso de não olhar pra frente, e parar por dois segundos para me reorganizar e morrer de vergonha e seguir em frente, bastava que ele estivesse numa velocidade um pouco mais normal e me alcançaria.






Mas daí, assim, eu olho para as fotos e, apesar de serem poucas, acho que valeu a pena. Tão desmiolada, que parece esta aranha, não?, assim pendurada no meio do nada por um fio quase invisível, como se a aranha herself fosse consumidora de maconha e pudesse, a qualquer momento, puxar o violão e puxar um No, Woman no Cry, que mesmo o medo, nervosismo, a batida no poste (ouch), que eu acho que valeu a pena.

E estou pronta pra outra!

julho 29, 2008

Agitação do final de semana

Foi no sábado passado o lançamento oficial da residência de Boyfriend, num evento open house, que contou com a presença dos amigos mais chegados.

As champanhes espoucaram até mais ou menos a meia noite, como manda a etiqueta de bons condôminos, mas os convivas continuaram por lá até mais tarde, e os quitutes foram providenciados em quantidade para não faltar para ninguém. Sabores exóticos serviram para inovar o tradicional baguete, em versões tradicionais e vegetarianas.

As presenças de Mariana Ximenes e Alinne Moraes, com sua indefectível franja, não foram confirmadas pela guest list, mas nosso fotógrafo registrou algumas fotos, pegando as duas de surpresa.

O Home Space de Boyfriend é ecologicamente correto e manteve uma área de preservação de mata nativa (pitangueiras e laranjeiras), como ação de responsabilidade sócio-ambiental.


O brinde. (Um dos vários)

Atrizes globais in disguise.

Área de preservação da mata nativa.

(Eu quase posso ser chamada pela coluna RSVip, não? Ah, e antes que eu esqueça, tem post novo lá embaixo, que eu tinha esquecido de publicar.)

julho 25, 2008

Melhor diálogo random

Do taxista que me levava ao meu destino:

- Porque não adianta a pessoa querer mudar a morfologia do seu destino. Ela tem que ser para o que ela é nascida. Eu nasci pra ser motorista. E estou aqui, trinta e quatro anos sem um acidente sequer. O que a pessoa tem que entender é que o seu livre arbítrio não pode interferir no livre arbítrio do outro, é aí que dá os acidentes.

Fantástico. Virei fã.

Indo e vindo

Quando eu comecei a esperar pelo ônibus, o céu ainda estava claro, com o início de umas tonalidades plúmbeas (sempre quis usar esta palavra), mas ainda no seu tom típico alaranjado-roxo que só um anoitecer de inverno proporciona.


Passeei pelo aeroporto hoje. Passei correndo, seria melhor dizer, pra conseguir acertar alguns assuntos viajísticos. Nada muito grave, mas que precisava ser feito. Agora está, e quando saí do lugar, com o documento na mão, bem, agora é tudo bem mais concreto e pesado do que ever before. Nem a fatura do cartão com o valor me assustou tanto.

Aí fui tirar essas fotos pra distrair a mente e deixar o inconsciente encontrar a resposta para tanta aflição diante de uma coisa que é pra ser - e que de fato é - tão boa. Sim, porque o céu estava fascinante, e as nuvens correndo pelo céu, escuras contra um fundo ainda claro, delimitadas, delineadas, sempre me encantaram, e eu não podia deixar de registrar uma coisa linda dessas.

Nesse meio tempo o ônibus chegou, eu subi, e ainda tive tempo de tirar a última foto, com o sol já posto e o horizonte praticamente escurecido, antes de temer pela minha câmera nova e escondê-la na bolsa, fazendo cara de blasé que ouve mp3 num player que não Ipod e que can't afford all this.

Pois bem, aí me caiu a ficha. Acho que esta será a primeira (bem, talvez a segunda, mas that's not the point) grande viagem em que estou sozinha, on my own. Sem supervisão. Melhor dizendo, em que eu serei a supervisão. Responsabilidade. Um tanto de medinho, porque se der alguma coisa errada, eu não poderei sentar e ler e esperar que alguém possa resolver os assuntos e tudo.

Não que não me sinta preparada, mas acho que era a não verbalização desse sentimento que estava me incomodando, a não delimitação dessa sensação. Como um céu em que as nuvens se misturam, e parecem mais lã escovada de tão esparsas e tênues. Não se vê o início de uma coisa nem o fim da outra. Agora que me dei conta do que é o engasgo, ele passa. Eu faço passar.




Falar em passar, alguém recomenda um antibiótico pra esse vírus que tem me deixado preguiçosa e sonâmbula nesses últimos dias, assim, com vontade de ser empurrada o tempo todo sem sentir o chão sob os pés? Será que é isso inferno astral, torpor e inércia e vontade de ficar ruminando os pensamentos até eles virarem alguma coisa útil e boa, mesmo que apenas adubo pra outros pensamentos?

julho 23, 2008

Cena de um shopping

Em que duas personagens saídas do Dragon Ball têm como tarefa tirar a foto sem serem pegas pelos seguranças.




- Tá, mas como a gente pode fazer então?

- A gente tira a foto e sai correndo.

- E se eles vierem correndo a gente joga os óculos pra trás?

- Isso!




- Ficou ótima, mas ... o que é essa coisa preta aí?



Esta era pra ser a foto do dia. Mas bem que podia ser a foto de capa de álbum.

E os óculos combinavam com o casaco preto da Dani e o meu casaco azul.

julho 20, 2008

A Cautionary Tale

Como é difícil falar da amizade. Não porque não a conheça, mas porque não posso prescindir dela.

É difícil mais porque não consigo me colocar racionalmente quanto à questão, e quanto mais eu penso sobre, mais nuances encontro, mais riqueza na trama e nos fios encontro, e aí eu resolvo seguir um fio para ver onde ele se liga comigo e com os outros fios dessa intricada rede, e acabo por me perder. E a beleza é que me perder aqui não é necessariamente perder, ou me perder de mim, mas encontrar, re-encontrar, conhecer.

Esses dias estava lendo um livro sobre livros (e nada é mais absurdamente "coisa de escritor" que ler livros sobre livros) e em um dos capítulos encontrei a passagem abaixo. Eu gostaria de encontrar o conto completo, porque deve fazer algum sentido maior, mas não se preocupe com isso, porque ler apenas o trecho não vai diminuir em nada a compreensão do que eu quero dizer.

No conto, pelo que eu entendi, (e no livro que fala sobre livros há uma explicação um pouco melhor sobre o enredo da história, sobre o ponto onde encontramos e conhecemos os personagens, que eu tentarei repetir aqui), a Patty vinha tentando se livrar desse fulano que não recebe o nome aqui no trecho, mas que divide apartamento com ela e, apesar de alguns momentos de ternura e afeição, provoca um certo desprezo, e uma vontade de se ver livre dele. Aí chegamos bem na hora que o fulano está com as malas prontas, na porta, se despedindo de Patty, e que ela, com um certo pavor, se dá conta de que agora não deseja mais que ele vá embora, que gostaria que ele ficasse mais, que ela tivesse sido mais compreensiva com ele e pudesse ter aproveitado melhor os momentos compartilhados com fulano.

E bem, vamos ao texto. O texto fala do quão adesivo é o amor, e eu concordo. Indepentende do tempo que dure, a relação entre duas pessoas cria uma espécie de membrana permeável, como uma troca celular, oxigênio e nutrientes, troca que gera energia - por causa da queima - e por isso mesmo deixa marcas. No nível celular, tem algo a ver com o envelhecimento, radicais livres, algo assim, e a preguiça maior me impede de procurar agora sobre o assunto. Mas o amor, ou a amizade - a que as pessoas se referem para encerrar o assunto, colocar logo o rótulo e poderem seguir adiante com suas vidas - deixa outro tipo de marcas, deixa a essência do outro em nós, e mimetiza um tanto de nós no outro.

Ninguém passa por uma amizade incólume. Particularmente só posso dizer que minhas experiências têm sido mais positivas que negativas. Que as experiências negativas têm sido curtas, rápidas, descartáveis mesmo, com um prazo de validade bem curto e nenhuma forma de mascarar isso. E posso também dizer que minhas experiências positivas têm sido duradouras, e quanto a isso só tenho a agradecer. Têm, também, sido gratificantes, e me torno cada dia uma pessoa melhor justamente por causa desse grude que fica em mim, por causa dessa substância aderente, envolvente - a que o texto se refere como uma selva viscosa, e que eu imagino ser uma calda de caramelo ou de frutas vermelhas, porque assim é mais gostoso - que traz o melhor de mim.

Por fim, o texto fala (e, puxa, um texto tão pequeno e ela encontra tanta coisa aí, alguém deve estar pensando, que até vale a pena ler. Ao que eu replico que sim, vale muito a pena ler. E peço, novamente, se alguém se deparar com o texto completo, original ou tradução, por favor me mande), não, o texto recomenda que se você não quer esse caramelo-da-outra-pessoa em você, é melhor nem se aproximar de qualquer pessoa, é melhor não trocar nenhuma palavra, nem um olhar. Porque no momento em que houver contato, e a partir desse contato surgir a compreensão, aí você tá perdido, e aí já pode encontrar algum laço de amizade, e aí terá para sempre a calda, o caldo, o doce, a baba (dependendo das pessoas), e inclusive o veneno, em alguns casos, que a outra pessoa deixará em você. E sim, você também deixará um rastro, somos todos lesminhas deixando uma gosminha uns nos outros. Algumas gosminhas vêm com glitter, outras evaporam feito acetona de tão dispensáveis. Mas todas deixam sua marca.

Mas deixa eu deixar o meu bla-bla-bla de lado, leiam o texto.


Até agora, Patty nunca se dera conta de que o tempo é tão adesivo quanto o amor,
e que quanto mais tempo você passa com alguém, mais é provável que se encontre
com uma espécie de coisa permanente com que lidar, a que as pessoas se referem
despreocupadamente como “amizade”, como se isso esgotasse o assunto, quando a
verdade é que mesmo que “seu amigo” faça alguma coisa irritante, ou que você e
“seu amigo” concluam que vocês se detestam, ou que “seu amigo” vá embora e vocês
percam o endereço um do outro, você ainda tem uma amizade, e embora ela possa
mudar de forma, parecer diferente sob diferentes luzes, tornar-se um embaraço,
um estorvo ou um sofrimento, ela não pode simplesmente deixar de ter existido,
não importa quão profundamente se enterre no passado, de modo que tentativas de
negá-la ou destruí-la não só constituirão traições da amizade, mas de maneira
mais prática estão fadadas a ser infrutíferas, causando dano apenas para os que
seres humanos envolvidos e não para aquela selva viscosa (a amizade) em que
esses seres humanos se enredaram, de modo que se em algum momento no futuro você
for querer não ter sido amigo de uma pessoa particular, ou se for querer não ter
tido a amizade particular que você e essa pessoa podem ter um com o outro, então
não se torne amigo dessa pessoa de maneira alguma, não converse com ela, não
chegue perto dela, porque assim que você começar a ver alguma coisa do ponto de
vista dessa pessoa (o que acontecerá inevitavelmente assim que você se colocar
perto dela
) as bases para uma compreensão mútua certamente vão escorregar sob os
seus pés.



(Extraído do conto A Cautionary Tale, de Deborah Eisenberg)

E como fica difícil tentar racionalizar uma coisa tão frágil, sendo ao mesmo tempo tão impactante, como a amizade. Em vez de falar sobre ela, eu sempre prefiro vivê-la.

E nunca é demais agradecer pelas pessoas que eu conheço, que me deixam coberta de purpurina e chocolate e caramelo.

julho 16, 2008

Skills 3 - For SelfPortraitChallenge


According to Merriam-Webster, resilience is the capability that a body has to recover its original shape and size after any deformation, specially stress.


So, considering that everyday I turn and stretch and multiply myself so I can embrace the world of things that need to be done by me (work, family, relationship, friends, classes, literature, side projects, and so on), and considering that everyday I find some peace of mind to reagroup and restore my energy and my drive to keep on going and stretching and changing and adapting and embracing and accomplishing, I can only conclude that resilience is one of my strongests skills.

(This is me, stretching out to reach you.)



To see more interesting skills, check SPC.

julho 11, 2008

Retomando os trabalhos

Começa com a escolha. O que imprimir, o que levar.
Continua com a chegada no lugar marcado. Vocês tem a chave, perguntou o porteiro. Ainda não, quis dizer, mas não deu tempo.
Aí é colocar as conversas em dia, e expôr os planos, dividir as expectativas.
Até que todos cheguem, é só ansiedade.
Nervoso mesmo é na hora da leitura. Medo, apreensão, tensão, tentativa de adivinhar se sim ou se não pelas sobrancelhas arqueando, pelo sorriso aparecendo ou pela caneta riscando enquanto as frases são decifradas em voz.
Daí vem a melhor parte. Ouvir, ouvir, ouvir. Questionar um pouco. Ouvir de novo. Pensar a respeito.
E já pensar no tempo que será preciso para reorganizar tudo, repetir a receita, acertar as arestas e tudo o mais para o próximo encontro que será mais um a escrever o futuro e a história da literatura brasileira, quiçá mundial.

julho 10, 2008

Spiced




You Are Basil



You are quite popular and loved by post people.

You have a mild temperament, but your style is definitely distinctive.

You are sweet, attractive, and you often smell good.




(or, in other words, I'm not in the mood, today, to think)

julho 08, 2008

Só para constar

- A Insônia sentou aqui do meu lado, na cama, e não pára de falar. Fica me cutucando e me fazendo cócegas, e eu já estou ficando sem ar.



- O Sol deu as caras, hoje. Apareceu, deu um rápido olá e se mandou, sabe-se lá para onde. Deixou um rastro de calor atrás de si, mas isso não impediu que as Nuvens se revoltassem de novo e invadissem tudo. Alguém inclusive ouviu elas gritando "vamô invadí geral", mas Alguém é tão confiável quando Os-Outros nessas questões, da mesma maneira que Eles não servem para fonte confiável.









(antes do Sol deixar espaço para Nuvens)





- Eu particularmente prefiro a companhia do Frio. É que os Latidos se manifestam mais na mesma medida em que o Frio se manda para outras bandas.





- O Dia hoje foi caótico, acho que esqueceu de novo de tomar o remédio. Tsc tsc. Em compensação, a Noite apareceu linda, com uma lua crescente de brinco, e algumas estrelas (isso antes das Nuvens, ciumentas, tomarem conta).





- A Dor-de-Garganta, na maior cara de pau, bateu hoje aqui em casa. Aliás, ela e a Insônia se adoram. Estão num papo animadíssimo, e eu sem entender lhufas do que elas estão dizendo.





- Oba! O Sono resolveu me atender e acabou de chegar. Agora ele me ajuda a por essa gente toda pra fora (sim, porque Insônia nunca está sozinha, vem sempre com uma entourage, e geralmente Preocupações é a primeira a aparecer, de mãos dadas com Antecipação, e daí a Coisa Toda fica incontrolável).



- Ufa! Acabei de pegar um último Medo (o chatíssimo e repetitivo De-Esquecer-Alguma-Coisa) e jogar pela janela.


- Agora que só resta Silêncio, consigo escutar o Narrador, sabe a voz que fica o tempo todo explicando, inventando, descrevendo, contando e contando e contando? Pois é, agora consigo ouvi-lo. Pena o Sono agora mesmo ter tapado meus ouvidos e fechado meus olhos.

- ZZzzz



(a cena que Narrador está contando e recontando e descrevendo. Vai entender!)

Skills 2 - For SelfPortraitChallenge

I wake up early to make the most of my day. Sometimes I go across town just to pick up clean clothes before I go to work, and sometimes I'm lazy to do that, but then I have to carry a heavy backpack or bag with my stuff.



My handbags are never charmingly small, because I feel this urge of taking as many things as I can, because - I think - I might be in a situation where I be in need of one or other thing. Most of the time, they are just extra weight to be carried. Most of the time I get so worried about the things that can happen, or that might happen, or will happen if - and after this "if" are always very hypothetical ideas, but that's not the point now - and then I'm so distant and unfocused that the only sane thing to do is to stop, and empty my hands, my bags, my mind, in order to see beauty again.



And beauty is as fragile and as light and as ephemeral as a bubble.



I don't know if it can be filed in this month's challenge, I don't even appear in the picture (unless you are really good and saw my reflection at the bubble's surface!), which, I think, it's kinda the point in a challenge of self-taken pictures, but, still, this bunch of stuff - pens, lotion, cell phone, headache pills, headphones, keys, cards, a notebook, wallet, vitamins, and some loose paper - represents my everyday days, and the bubble, well, the bubble is what I forget to look for, most of the time, but it makes everything worthy when is finally visible and seen.





I dare to say, these days, that my most important skill is to keep sanity, and joy, and to be able to re-focus the eye, everywhen I can, to be able to find the bubble of beauty before it bursts out.

To see more about skills - and some nice pictures - check SelfPortraitChallenge.

julho 04, 2008

Someday I'll be Saturday night

For now I'm still Thursday-going-on-Friday. And there is the whole Friday to go through, and then Saturday.

It's not that bad, I could still be Monday. Some people remain being Monday for their entire lives, not even realizing that there are other days in the calendar, and although a week is made by seven days only, Friday nights, Saturdays and Sundays are much more fun to be.


Thursday is the official day for parties and birthday celebrations. At least it's fun.

julho 03, 2008

Skills - for Self-Portrait Challenge

I'm not sure this will be considered a skill, but I have to admit that I am very good at choosing.

I choose good wine, and good presents (for birthdays, for weddings, and so on), and I have the inexplicable skill of knowing if a book is good or not by looking at its cover. And I can tell if a movie will be good or not by watching its first ten minutes.

Those are not skills as in super-power abilities, and I can't be considered special just because I get my friends always great gifts that they love.

But if there is one skill, in the matter of choosing, that I am proud of, is the fact that I am also very good at choosing people. I am very careful about the people I bring close to my life, about people who are special and become more than just people to be called my friends.

And I had a few bad, really sad, experiences in the past that taught me to first listen, and to protect myself, and to learn how to read in between the lines (and to capture the essences by the small gestures) in order to know who and what kind of person each one that I get to meet is.

Just a few get to be called friend. But those few are always a great pick. And my friendships, just as I learn about good wines, get better and tastier as time goes by.


My skill of choosing good wine always provides me with the opportunity to be at nice places.

And my skill of picking the right people to be friends with provides me the opportunity of enjoying good food and great wine, at nice places, with fantastic company!

You can see other people's skills by clicking to the Self-Portrait Challenge page.

julho 02, 2008

Para aliviar os olhos






Já que eu sei que cansa ler e ler e ler e ler blocos inteiros (e porque eu sei que muitos preferem ver, numa clara dicotomia que repete o show x tell que ando estudando) pode cansar, assim, sem figuras, sem pausas, sem espaço para respirar, coloco algumas fotos para descansar os olhos alheios.






Algumas dessas fotos não foram para o Imagempordia, porque outras fotos foram mais representativas do dia. Clica lá pra ver.

julho 01, 2008

While you are making other plans

Eu nunca tinha reparado como fica escuro cedo, e como fica muito escuro, agora no inverno.

Quer dizer, posso até ter reparado antes, mas nunca tinha sentido isso com tanta intensidade com este ano, nestes últimos dias.

Talvez porque tem chovido muito, durante muitos dias seguidos, e mesmo quando não chove o céu segue num acinzentado chumbo que deixa passar muito pouco da luz do dia, e faz tudo parecer noite mais cedo.

Talvez porque ano passado estava tão envolvida com a concepção e realização dO Livro que nem olhava para o céu nem via se estava claro ou escuro porque não importava muito, desde que eu continuasse a revisar, reler, corrigir, separar os postais, convidar pessoas, atualizar o site.

Talvez porque este ano estou desacelerada - ok, é verdade, mas não é por vontade própria - e ando um tanto doente (bem, o termo certo deveria ser "com dores generalizadas e sem origem específica", mas de repente um tanto doente resume tudo), e um pouco cansada, talvez por causa disso eu esteja mais propensa a olhar para cima, olhar ao redor, perceber melhor as coisas.

E daí venha a perceber que anda ficando muito escuro, logo que anoitece. O sol não se estende nem se espalha, nem estica seus raios até o último minuto sobre as ruas, reverberando com reflexos nas janelas e vidros dos prédios como nos dias de verão. E até nem dá muita vontade de estar fora de casa, enquanto o frio não passa e ainda não é verão e o sol também se esconde e se recolhe e se encolhe o quanto pode, saindo de cena logo que acaba seu horário oficial, guardando seu calor pra si mesmo e pras outras partes do mundo por onde ele segue passando.

E daí venha a sentir muito mais frio e muito mais preguiça, e acabe sentindo muito mais vontade de ficar quietinha, tomando chazinhos e sopinhas e me esquentando de outras formas e tenha sentido até mesmo preguiça de escrever e atualizar o blog.

Mentira. Quero dizer, toda a parte do frio até a parte da preguiça é verdade, ou, bem, coloquemos assim: é não-ficcional (principalmente considerando que este blog é tão permeado de ficcionalidades e inverdades e invencionices, que são, sempre, literariedades). Ao passo que a parte sobre a preguiça de escrever e atualizar o blog é, bem, digamos, ficcional sem ser literarierável. Se é que me é permitido inventar palavras assim à torto e à direito.

O fato é que o blog passou, nestes dias, semanas e algumas horas, para um segundo plano, ou, melhor dizendo, um terceiro - de repente seria melhor dizer logo, quarto - plano. Desceu alguns números na lista de prioridades, porque se tem uma coisa que realmente é prioridade, ao menos pra mim, é a vida real. Já que estamos na parte de explicações do post, seria melhor dizer, a parte não ficcional não negociável da vida.

E essa parte é boa, sabe. Coisas boas acontecem nesse plano não ficcional, coisas melhores do que eu jamais poderia imaginar no plano ficcional. E olha que criatividade eu tenho aos montes (mesmo que evite sempre sempre criar ou mesmo insinuar informações ilusórias, porque isso eu deixo para os doidos, desavisados e desocupados de plantão), mas sei bem separar o que é joio do que é trigo e, mais ainda, sei identificar o que é jóia.

Então nessas de encontrar as jóias, acontece que eu também sei limpá-las e lapidá-las, quando precisam, e acabo sempre encontrando um anel ou um colar ou mesmo um relicário em que elas caibam, e fiquem lindas, e iluminem o ambiente, a vida, o momento. E o blog passou para segundo (terceiro, quarto, em alguns momentos quinto, mas isso eu já expliquei e, bem, tempo é muito importante, então passemos adiante) plano mediante algumas jóias encontradas no plano não ficcional. Não exatamente pérolas, porque para encontrar pérolas é preciso que se mergulhe fundo, e é preciso que se abra as ostras - e, não sei se é sabido de todos, mas ostras são seres muito conscienciosos de sua privacidade e espaço, e podem ser perigosos, caso não se saiba lidar com eles - com cuidado, e pedir com educação para retirar a pérola dali, sempre lembrando de deixar no lugar um grãozinho de areia, um fragmentozinho de concha, para que a ostra se apegue a ele tanto quanto era apegada à pérola e lhe deixe em paz. E, caso as palavras anteriores não tenham lhe escapado, bem, anda muito frio para mergulhar muito fundo. Frio e escuro.

É que escurece muito cedo nesta época do ano, e talvez eu nunca tenha reparado antes, ou talvez este seja um ano peculiarmente mais escuro que os anteriores, e definitivamente o sol anda aparecendo pouco. E anda chovendo muito, e mesmo quando chove as nuvens escuras permanecem, e se espalham pelo céu e se esticam até o horizonte, até onde podem tapar o sol e seus últimos raios do dia com mais eficiência. E é por isso que eu ando mais preocupada em manter o calor, ainda mais que estou desacelerada -bem, não que tenha sido por escolha ou vontade própria, mas os acontecimentos não me permitem andar no meu ritmo, que é sem dúvida mais veloz do que o normal dos acontecimentos -, mesmo que não seja bem uma opção mas se caracterize mais por uma norma, nestes dias, e o fato é que por andar mesmo desacelerada, o calor me é caro, e os momentos disponíveis para este blog (entre outras coisas mais ficcionais, digamos assim) andam raros, mas ando encontrando jóias e coletando-as e colecionando coisas muito mais importantes para mim (e bem, por que não dizer, também para o mundo, no momento em que depende da minha compreensão e concepção e organização mental o bom andamento do mundo) que poderão ser importantes de uma maneira bem mais abrangente no futuro (believe me when I say this) do que podem parecer agora.

Então que não é estação propícia para ficar mergulhando fundo, nem para ficar chasing cars, como diz a música, muito menos para ficar tomando sereno, com todo esse frio que anda fazendo. Mas de repente eu não reparei, anteriormente, que faz tanto frio nesta época do ano, mas pode ser que este seja um ano atípico. Pode ser, também, que sempre sempre escureceu assim tão cedo, e sempre sempre o escuro foi tão escuro como me parece que é agora. E se sempre sempre sempre foi assim, de o sol se recolher, e o frio recrudescer, e o escuro nos fazer empalidecer, de repente é uma coisa um tanto boa que eu possa estar desacelerada desta forma, porque somente desta maneira posso, se de nada mais vale, reparar nesse fato, nessa realidade, ou melhor, nessa não ficção, e poder contemplar o mundo de um ponto-de-vista, para dizer o mínimo, diferente.

(Because are those things, those little, even insignificant things - as it might seem at a first glance - that happen to you, that can be considered your life, while your mind and your thoughts might be elsewhere)