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abril 17, 2010

Lançamentos legais

Nem vou falar que estou sumida e blablabla porque vcs já sabem. Sim, a minha vida ao vivo é bem mais interessante, e eu peço aos meus diversos leitores mais fiéis (todos os serranos além da Camel, todos os franceses, todos os do interior de SP, entre outros) que compreendam o fato de que a vida ao vivo não é pra qualquer um.

Mas tem coisas que são muito legais pra guardar só pra mim (e pros poucos com quem compartilho essa tal de vida ao vivo), e que acho importante lembrar, divulgar, compartilhar.

Como o lançamento do livro da Ju, o Na minha cadeira ou na Tua?, que já está à venda nas melhores livrarias e tem um cronograma nacional de lançamento. Aqui em Porto Alegre será no dia 22 de abril, logo depois do feriado, a partir das 19 h, na Livraria Cultura.

A Ju é F**A, e vc pode preencher os asteriscos com ER, IN, OD, que todos vão valer e ainda não vão descrevê-la o suficiente. Eu a conheci na faculdade, mas tive oportunidade de conversar melhor com ela no casamento da Camel e do Cris, e além de ser uma pessoa muito interessante e divertida, ela realiza uma série de ações legais sobre cidadania e direitos de todos.

Ainda não li o livro, mas acompanhei o blog, com relatos sinceros e emocionantes, o que me deixou louca de vontade de comprar o livro e estar lá pra dar um abraço nela e comemorar com ela esse sucesso.




setembro 30, 2009

Eu quero isso!


De acordo com a revista da Cultura de julho, a moda agora são os lofts que escritores alugam para conseguirem produzir com um pouco de tranquiliade, num espaço à prova de preguiça e perturbações do dia-a-dia, como telefone, gato, cachorro, essas coisas que distraem a gente.
E chama Paragraph! E tem café e armário, e wi-fi e impressora, e gente escrevendo.
Como diz a LanGer, se a gente se junta pra ler o que escreve, por que não se juntaria para escrever?
Será que demora muito pra essa idéia chegar aqui?

setembro 27, 2009

Desacordos


Eis que o que era apenas especulação, conversas, finalmente virou realidade.

Desacordo Ortográfico é um projeto que foi idealizado pelo Reginaldo Pujol Filho, escritor, meu amigo, e vai ser lançado pela Não Editora, que é do Rodrigo Rosp, escritor, megaempresário, meu amigo, e que vem a ser uma provocação para que pensemos sobre as diferenças, para que possamos valorizar as diferenças que ainda existem, que nos tornam únicos, que fazem de nós exatamente o que nós somos.

Ainda não sei quando vai ser lançado, mas avisarei. E recomendo!




junho 21, 2009

Fazendo de mim mesma notícia.

Alguns de vocês, meus menos de dez leitores, já perceberam, mas, na dúvida, eu aviso: atualizei aqui, e aqui acabou mas eu logo comecei aqui, e além de tudo tem meu nome , onde diz que seremos Outras Mulheres Dani LanGer (muuuuuuuito piada interna), LLLLLLLLLLLeila (mais piada interna), Renata Wolff, e eu, entre outras.

Honra de estar na lista. Alegria de ver meu nome lá. Prazer da palavra impressa.

novembro 27, 2008

Alguém há de me entender.

Estava enlouquecida por causa da Feira, que acabou e da qual eu nem falei nem nada. Mas não era por isso. Estava quase arrancando os cabelos porque queria-precisava encontrar minha lista de livros desejados e não achava em lugar nenhum.




Abri todas as gavetas - e isso ainda antes da Feira -, revirei todas as bolsas, e nada.




Pensei cá com meus botões que só poderia ter deixado dentro de um caderninho*, que é onde eu coloco todas as coisas importantes da vida. Mas nada, nem isso. Abri todos, folheei-os um a um, e achei tanta coisa interessante, anotações, bilhetinhos, idéias, minha outra identidade, que até me perdi no meio da procura.




Mas nada da lista.



Como eu sou Cristina e sou prática, deixei de lado a história da lista, e resolvi experimentar a Feira no instinto. Feeling with the guts, farejando os livros aos poucos, passeando pelas bancas sem muito rumo certo.




Foi ótimo, porque achei diversas coisas que sequer procuraria se estivesse munida da lista. Achei a Joyce Carol Oates, e o Tomasi di Lampedusa, e a Jane Austin, e a Virgínia Woolf, e o Alan Pauls e o Alain de Botton. E, claro, o Bioy Casares, que apesar de já lido, está numa edição tão linda, mas tão linda, que eu não resisti. E, surpresa, nos arredores da Feira, numa livraria que fica fora do quadrilátero da Praça, encontrei Os Miseráveis, na edição nova, e a Anna Kariênina, os dois pela metade do preço. METADE!! Eles são lindos, meus livros!




Aí que hoje tive uma folga, e, como sou brasileira e não desisto nunca**, resolvi colocar algumas coisas em dia, em ordem, jogar fora alguma tralha, essas coisas. E, adivinhem se não encontrei minha amassada lista? Claro que sim. Dentro de um livro, junto com uma consulta marcada para maio, embaixo de uma pilha de papéis de contos lidos em aula, misturados com revistas e outras bobagenzinhas.




A busca não foi em vão, no meio do caminho encontrei várias outras coisas que estava procurando. E eu precisava de um certo sentido de ordem, mesmo que fosse um tantinho de nada, mesmo que apenas ao meu redor.



Faltou dizer do Machado de Assis, esse com a capa linda ali da foto, e uma edição nova do Madame Bovary. E um Umberto Eco, por influência da palestra da Dra. Joana, e um Jung. Viu, é tanta coisa que eu me perco com tão pouco. Mas tenho certeza que isso é a iminência dos trinta. Não digo que é inferno astral porque passei o ano inteiro assim (a menos que eu seja de Saturno, e daí tenha apenas um ano de idade ainda não completo), mas sei que o ano que vem (ou os próximos trinta, dependendo da contagem) será bem melhor.
* Piada muito mais que interna. Piada quase que comigo mesma.
** Rá!

novembro 15, 2008

De momento

De momento, estou devendo os acontecimentos marcantes da Feira, eu sei.

De momento, estou na correria, porque a Feira só acaba oficialmente amanhã, dia 16, com a I Maratona de Contos, numa ótima oportunidade de encontro entre leitores e autores.

De momento, não consigo pensar em muita coisa, estou preocupada e absorvida e realmente envolvida em algo muito maior e melhor que vai acontecer.

De momento, estou com sono, muito sono.

De momento, estou contente porque tem um texto meu que estará exposto no Tartoni Ristorante que vai abrir no Barra Shopping Sul.

De momento, estou feliz pelo prêmio conquistado pela Pati, ou melhor, a RRPP Patrícia d'Ávila, com o primeiro lugar no concurso nacional de projetos de Relações Públicas, pelo trabalho lindo que ela e a equipe (oi, Raquel!) estão fazendo lá no meio da Floresta Amazônica.

De momento, quero que a maldade (desde a grande maldade, em atos públicos, até a pequena - a mais sórdida -, contida em pequenas palavras e invejas disfarçadas de críticas) volte para seu lugar de origem e vá atrapalhar quem as gerou.

De momento, continuo exibida e me exibindo, porque o Patrono da Feira citou a mim e aos meus colegas queridos de Livro entre os nomes da nova literatura gaúcha. (Aos amigos, para comemorar comigo, e aos invejosos/maldosos/silenciosos de plantão, para se morderem só mais um pouquinho, basta clicar aqui.)

De momento, sempre lembro de um ditado árabe que diz que se for apagar a minha luz porque alguém pediu, porque está incomodando muito, isto não ajudará em nada a fazer com que os outros brilhem mais, apenas tornará o mundo mais escuro.

Eu volto, sério, volto e escrevo e coloco até as fotos que não couberam no IPD. Mas não de momento.

novembro 06, 2008

Feirices e faceirices

Estou completamente inserida e imersa na Feira.

Há várias coisas que precisam ser contadas, mas agora não há tempo.


(É que, além da Feira, outras coisas me consomem e me demandam, e há de ter Cris para todas.)


(E agora o braço dói. Demais.)


(Só espero que ninguém, desta vez, fique virado do avesso.)

outubro 30, 2008

Porque aderir à campanha faz bem!

Amanhã começa a Feira do Livro

A imagem abaixo é a capa do Inventário das Delicadezas.

Nós, os autores, convidamos os amigos, leitores, colegas, vizinhos, interessados e afins, a entrar na Campanha Peça o Inventário na Feira. Basta chegar lá na banca da Nova Prova, que fica bem na entrada do café do Margs (que é um ótimo lugar de sentar, encontrar as pessoas, tomar um chopp, uma taça de champanhe, essas coisas que, além dos livros, também são boas da Feira.) e pedir um Inventário.

Ok, você vai dizer, mas darling, eu já tenho o Inventário, já tenho autógrafo e postais e tudo, pra quê eu pediria um lá na Feira.

Não, amores, eu direi, não estamos pedindo pra vocês comprarem (se bem que, se você ainda não tem o Inventário, seria uma coisa muito legal de você nos ajudar e comprar. E mandando um email pra mim, a gente resolve a questão dos postais e dos autógrafos!), apenas estamos pedindo para vocês pedirem. Porque precisamos saber se a editora vai mesmo levar os livros. E queremos que eles saibam (caso eles estejam mesmo nos boicotando - intencionalmente ou não) o que de bom eles estão perdendo!





Então, é por uma boa causa!

E se estivéssemos nisso pelo lucro (e pagar todas as contas direitinho não significa ter lucro!) certamente faríamos camisetas e flyers da campanha. Mas nos falta o dinheiro. E postar no blog e mandar email ainda é de graça!








PS: Nos vemos amanhã, na Feira?

outubro 24, 2008

High and Low literário

Então que ontem (e eu não consegui postar ontem mesmo, e não vou entrar no mérito desta questão e vou focar no assunto mais importante e já, de novo - e eu sempre faço isso - acabo tergiversando, eheheh, e eu adoro essa palavra, mas pra acabar de uma vez por todas com este parênteses antes que ele ocupe o espaço todo, vou fechá-lo e começar de novo), ok, vamos de novo.





Arrãm.





Bem, então que ontem aconteceu uma coisa muito muito boa que compensou a coisa ruim, ou melhor, a coisa um tanto desagradável que aconteceu anteontem.





Devo começar pela coisa boa ou pela coisa ruim? Vou começar pela boa, que me deixou mais empolgada.





A coisa boa, que de fato é muito muito boa, foi que eu precisei levar lá na Cultura dez exemplares dO Livro, porque eles pediram. Aliás, porque os clientes em São Paulo (e para saber mais sobre o lançamento do livro em São Paulo, porque eu ando fora de mim e totalmente relapsa, não escrevi nada a respeito, mas depois da Dani escrever - e ela falou tão bem sobre tudo - que eu abdico do post e linko aqui pra você ler) andaram pedindo, e faltou livro, porque os dez exemplares que lá já estavam foram vendidos e não estão mais! (Inclusive, no site da livraria, você pode ser o primeiro a opinar.)







Os postais do Kit-Inventário pré-venda.







Ok, empolgue-se como eu e a Dani (os outros autores do Inventário ainda não sabem, eu acho): os livros esgotaram! E estão sendo procurados e pedidos!





Para um escritor, ainda mais no comecinho-inho-inho, é uma excelente notícia! É um motivo para seguir em frente, é um item para colocar na lista dos porque-eu-devo-continuar-escrevendo, que fica dentro do caderninho de anotações para ser lida de tempos em tempos, quando o desânimo bater. (Ou a inércia, ou a insônia, ou o cansaço, ou todas as outras coisas que aparecem no meio do caminho, o que vier primeiro)





Pois bem, aí eu chego aqui e tenho que fazer alguns agradecimentos. Ao Boyfriend, por toda a paciência e incentivo do mundo. À família, por anos e anos de incentivo e situações absurdas que me proporcionaram a imaginação e a teimosia. Aos amigos, todos todos todos, que compraram os kits-inventário durante a pré-venda, que foram no lançamento, na Feira, muito obrigada!





Tenho que agradecer especialmente à Dani, que embarcou em todas as loucuras que eu propus e que me levou junto em todas as loucuras que ela propôs. E agradecer à família Ferreira, por todas as acolhidas e lanchinhos quando nos encontrávamos para ler e ler e ler. Daí agradecer à Leila e à família Teixeira (pela acolhida em Passo Fundo), e agradecer ao Emir, ao Leo, ao Luiz, à Lívia, ao Nelson, ao Paulo e ao Valmor, companheiros generosos durante toda a empreitada do fazer-o-livro.





E agora que comecei, não posso parar. Tenho que agradecer aos colegas de Oficina, por todas as palavras de crítica e de elogio, tão necessárias.







Os autores autografando a fila interminável, no dia do lançamento, em setembro de 2007.







Tenho que agradecer aos presentes no lançamento, dia 19 de setembro, na Livraria da Vila, todos que foram lá nos ouvir e nos ver e nos pedir que rabiscássemos nossos nomes nessa coisa tão preciosa que é o nosso livro. Principalmente à Ana e Mel, ao Tom, à Ale e o Gian, que foram lá! Obrigada, mesmo. Obrigada, Pam e Paolla, duas delícias com sotaque. Obrigada aos integrantes da Toca, pelo teto e acolhida. Obrigada à Marisa, da Página da Cultura, à Beta, da Livraria da Vila. À Josi. Ao Marcelino Freire, pelo apoio e digulgação, obrigada. Ao Davi Oscar Vaz, Rosel Soares, Anaê e todos os que estavam lá e de quem não gravei o nome porque sou muito tonta e estava muito emocionada. Não é sempre que se chega numa cidade que se não é inóspita (e São Paulo sempre me é tão acolhedora) ao menos é bem menos povoada de amigos como Porto Alegre, e ainda assim conseguimos ter presença e vendas.







Os autores em São Paulo, na sessão de autógrafos, setembro de 2008.







E já que estou nessa onda toda, necessária e já mais que na hora, tenho-quê, simplesmente, tenho que agradecer ao Charles (o patrono-da-Feira Kiefer), muito muito muito. Por ter, uma vez, em aula, rasgado três páginas de um conto meu para me mostrar onde realmente estava minha história (e foi um ótimo sinal que ele rasgou as páginas e não precisou desenhar pra eu entender!), e por ter me dito que se eu tenho um canhão eu não posso ficar perdendo meu tempo matando passarinhos e tenho que ir atrás de uma guerra de verdade (ok, a parte da guerra de verdade é complemento meu, mas a coisa do canhão da linguagem pra acertar passarinho ele disse mesmo), e por ter usado o chicote na medida certa e ter elogiado nos momentos em que eu precisava de um incentivo. E, acima de tudo, por ter escutado às nossas idéias sobre o Inventário, numa terça-feira de manhã (Mas, gurias, ele disse pra Dani e pra mim, quem é que vai comprar um livro sem que ele exista?) e, por causa da reação incrédula, simplesmente ter nos obrigado a tornar a coisa toda real e bem-sucedida.





Aí, sem querer me gabar, nem nada, o livro é lindo. A capa é bonita, a textura é gostosa, as histórias estão bem escritas e o trabalho todo, do início ao fim, foi bem feito. Foi pensado estrategicamente para vender, mas foi realizado com todo o coração, com toda a emoção, com as entranhas e as lágrimas (ok, ok, exagero, mas é pra dar a ênfase da coisa toda) dos autores. De autores competentes, diga-se, que estudam literatura e escrevem e reescrevem até que o trabalho fique, no mínimo, bom. E eu me orgulho disso. De tudo, do início ao fim. Principalmente porque lá no início nós nos lembramos de pensar em como esse livro chegaria na mão do leitor, em como o leitor receberia os contos, desde a capa até o marca-páginas. E porque nós pensamos em todos os detalhes, e porque sabemos que mesmo sendo livro, é também um produto, fizemos questão de que funcionasse mercadologicamente. E, até agora, considerando que fui levar mais dez exemplares lá na Cultura, posso afirmar que deu certo.







O livro lindo.







E aí, se você agüentou ler até aqui porque ficou curioso ou curiosa para saber qual é a parte ruim, pois bem, chegamos a ela.





A parte ruim é que, e é muito triste a constatação, apesar do livro ser tão bem-feitinho e tão bom, a editora (Nova Prova, sem links) parece querer boicotá-lo, ou, na hipótese menos má, sente-se envergonhada do livro. Sim, porque só pensando em coisas absurdas como vergonha ou boicote para explicar porque, dentre todos os itens do catálogo deles, mesmo tendo estoque disponível, eles não levaram nenhum Inventário para a Bienal de São Paulo. Nem levaram esse estoque (que não foi levado pra Bienal e que ainda está com eles) para o Lançamento do 104, terça-feira, no Memorial do Rio Grande do Sul.





Então assim, só para encerrar a parte Low da coisa, se eles, Nova Prova, não gostam do livro, tanto pior para eles. Demonstram uma grande miopia mercadológica e estratégica (dos meus tempos de Gestão Empresarial) e uma grande falta de tato. Mas isso é problema deles, porque nós continuaremos firmes nas nossas idéias de pensar estrategicamente (oh, boy, eu nunca mais tinha escrito estratégia e suas variantes tantas vezes em tão pouco tempo desde que terminei o curso. Prometo que vai passar.) e trabalhar nossas histórias com ardor e com afinco para revolucionar e construir o futuro da Literatura Brasileira, quiçá Mundial* e realizar livros lindos e emocionantes.



















































* Piada-interna dos autores do Inventário. Não conseguiria explicar. Tinha que estar lá.

setembro 12, 2008

Invandindo São Paulo

Para quem ainda não conhece o Inventário das Delicadezas, e mora em São Paulo, fica o convite.



Dia 19 de setembro, na Livraria da Vila, na Vila Madalena, das 18:30 às 21:30. Os autores Daniela Langer, Leila de Souza Teixeira, Emir Ross, Luiz Ohlson, e esta que vos escreve estarão à disposição para bate-papo, fotos e autógrafos.



Abaixo o convite oficial e o release. Convidem os amigos. Apareçam!







Depois do imenso sucesso do Inventario das Delicadezas, com sua estratégia inovadora de divulgação, chega agora a vez de São Paulo receber os autores do livro Inventário das Delicadezas para um bate-papo seguido de uma sessão de autógrafos.

Será na Livraria da Vila, na Vila Madalena (Rua Fradique Coutinho, 915), das 18:30 às 21:30. Com organização de Charles Kiefer, que apresenta os autores e seus contos dizendo que "Inventário das Delicadezas é também um inventário das formas possíveis de se enfrentar esse gênero tão complexo, tão delicado e tão perigoso que é o conto", o livro é a realização de um projeto de autores iniciantes que reuniram com o intuito de publicar os melhores contos produzidos nas aulas da Oficina Literária ministrada por Kiefer.

A idéia ganhou fôlego e depois de um ano de trabalho, com leituras, releituras e correções dos textos, finalmente materializou-se nesta antologia, que retratam a visão de mundo ou a imaginação de cada autor. A ditatura militar, o futebol, o primeiro amor, as lembranças de infância e até mesmo as peripécias da vida noturna viraram personagens principais de histórias envolventes e sedutoras.

julho 11, 2008

Retomando os trabalhos

Começa com a escolha. O que imprimir, o que levar.
Continua com a chegada no lugar marcado. Vocês tem a chave, perguntou o porteiro. Ainda não, quis dizer, mas não deu tempo.
Aí é colocar as conversas em dia, e expôr os planos, dividir as expectativas.
Até que todos cheguem, é só ansiedade.
Nervoso mesmo é na hora da leitura. Medo, apreensão, tensão, tentativa de adivinhar se sim ou se não pelas sobrancelhas arqueando, pelo sorriso aparecendo ou pela caneta riscando enquanto as frases são decifradas em voz.
Daí vem a melhor parte. Ouvir, ouvir, ouvir. Questionar um pouco. Ouvir de novo. Pensar a respeito.
E já pensar no tempo que será preciso para reorganizar tudo, repetir a receita, acertar as arestas e tudo o mais para o próximo encontro que será mais um a escrever o futuro e a história da literatura brasileira, quiçá mundial.

junho 12, 2008

Resenha


Leila e eu fomos ver.


Adorei. A fotografia é belíssima, o roteiro é bem construído, os atores estão ótimos, sem aquele ranço teatralesco que geralmente aparece nos filmes feitos com atores daqui. A direção foi impecável, em todas as escolhas, de locação, de atores, de não usar de artifícios para criar a emoção.


Recomendo. Muito.


Apenas um porém: o som. Não consigo entender o porquê dos filmes brasileiros ainda terem uma péssima qualidade de som. Se alguém puder me explicar, eu agradeço.


Agora uma confissão: não li o livro. Ganhei de presente do autor (momento exibida: meu professor, Charles Kiefer, cuja dedicatória diz apenas "com carinho", ou alguma coisa singela dessas) mas fiz questão de não lê-lo. Não por não acreditar na qualidade da obra, bem pelo contrário.


É que logo no primeiro semestre da Oficina ganhei dele o Escorpião da Sexta-Feira (também com uma dedicatória "um beijo" ou algo assim), que comecei logo, porque pensei cá comigo, ok, se ele se propõe a ensinar alguém a escrever bem, vamos ver se sabe mesmo e aplica isso nos seus livros. Não digo que mordi a língua ou algo do gênero porque o pensamento passou e foi embora logo. O livro é ótimo. É tão bom que eu fiquei com um certo nojo, um grande receio da figura do CK.

Ok, ok, é um pecado mortal e imperdoável confundir o autor com o narrador ou o personagem, mas o transtorno é grande e o efeito foi arrasador. O efeito do livro em mim, quero dizer. A impressão que ficou foi algo disgusting. E lá pelo sexto mês de Oficina é que me dei conta de que qualidade é isso, e, bah!, sabe. Mas aí aconteceu de, para evitar maiores problemas - porque afinal o transtorno é mais em mim e o grau de influenciabilidade (se é que isso existe e é registrado pelo Houaiss) é grande - eu ter prometido a mim mesma de não ler mais nenhuma obra, com exceção às teóricas, do CK enquanto estivesse na condição de sua aluna. (Ok, ele não sabe disso. Não sabia, até o momento. CK, I'm sorry, é verdade. Mas é pro bem do meu aprendizado.)

O fato é que o filme - o Valsa para Bruno Stein - é bom. É muito bom. Certamente o livro deve ser ótimo. Lerei, algum dia. Não por enquanto.

abril 25, 2008

As histórias


Ontem, quer dizer, dia 23, foi dia de São Jorge (já falei sobre isso ali) e também foi dia Mundial do Livro (sobre o que também já falei).


O que eu não falei foi sobre as fotos abaixo. Foram tiradas lá na Igreja, enquanto os padres davam bênçãos e as pessoas esperavam pelo início da missa e rodeavam o cercadinho em volta da imagem do santo, pedindo para que os atendentes - a equipe da igreja, que estava trabalhando no evento - passassem suas rosas, suas imagens, seus objetos pessoais mais diversos (chaves de carro, chaves de casa, carteiras, talão de cheques, crianças, até capacete de moto passou ali) no manto da imagem, numa transformação mágica em que os meros objetos passam a ser amuletos. Interessante foi ver o desespero das pessoas para receberem folhas de espada-de-são-jorge que foram passadas embaixo do manto da imagem. Quanto mais a pessoa aparentava ser de classe social mais alta, mais desesperada parecia estar, querendo furar a fila, passar na frente, pegar a folha maior.


Aí começou a ficar escuro. Aí começou a missa. Arranjei um cantinho na escada que levava para o órgão, no fundo da nave da igreja, sentei ali e fiquei observando. Fiquei observando e escrevendo os bilhetinhos para colocar nos livros (este e este) e esperando.




Olá. Se você achou este livro, ele agora é seu. Dia 23 de abril, além de
ser dia de São Jorge, é dia Mundial do Livro, e a tradição que começou há muitos
anos na Espanha diz que neste dia devemos deixar um livro solto pelo mundo para
que ele encontre o seu leitor.
Portanto, parabéns, Leitor! Espero que você goste do presente e que possa,
no próximo ano, deixar também um livro solto para que mais alguém o encontre.
(mais ou menos o que dizia o bilhete dentro dos livros)


Aí eu saí dali, ia começar a procissão, da qual eu não estava afim de participar. Fui até o santuário (ou seria velário o nome correto? Bem, a salinha anexa onde as pessoas estavam acendendo suas velas) e entrei na fila para pedir a bênção do São Jorge, que constava de esfregar o manto sobre a cabeça, como quando se está em Compostela e se deve entrar por um lado da catedral, colocar a mãos aos pés de Santiago e dizer "Santiago, aqui estou", como um sinal do fim da peregrinação. Ok, eu pensei em todas aquelas pessoas e considerei quanto tempo estaria aquele manto ali e, bem, segurei a barra do tecido sobre a cabeça, não exatamente na cabeça, mas com uma quantidade de ar - pequena, mas existente - no meio. Eu respeito as tradições e as sigo, desde que não interfiram na minha frescura crônica.


Dei a volta na mesa em forma de cruz (algumas fotos no post anterior, mais fotos no flickr), fiz uma oração sincera, acendi a minha vela e a partir daí me senti liberada para deixar aflorar a jornalista em mim. Tirei várias fotos, conversei - small-talk - com algumas pessoas e fui até o salão paroquial, lugar ideal para deixar o primeiro livro.


Que lindo! Sério, muito emocionante. Tentei não chamar muito a atenção e me deixei ficar numa mesa perto de onde um grupo grande estava sentado. Tirei algumas fotos e simplesmente me levantei, deixando o livro-mais-bilhete-mais-rosa sobre a mesa. Louca pra virar pra trás pra ver se alguém tinha notado. Morrendo de curiosidade de saber quem pegaria o exemplar. Sem caber me mim de vontade de me esconder e ficar observando e tirando fotos.


Mas segui em frente.


Encontrei ainda uma senhora vestida de Rei Mago e consegui tirar uma foto dela. A foto ficou meio sem foco, estávamos atravessando a rua, em pleno corredor de ônibus, e eu estava com medo que o sinal abrisse. Mas ficou interessante, e ela adorou que eu tirei uma foto.

(ela fez questão de que a igreja aparecesse ao fundo)



Aí, na volta pra casa, deixei o outro livro no ônibus, no banco vazio ao meu lado. Louca pra virar pra trás pra ver se alguém tinha notado. Morrendo de curiosidade de saber quem pegaria o exemplar. Sem caber me mim de vontade de me esconder e ficar observando e tirando fotos.



Mas segui em frente. Até porque tinha que ir pra casa. Arrependida de não ter trazido mais exemplares, pra ter deixado um em cada canto da cidade.

abril 24, 2008

Histórias por trás das imagens
























Ok, é preguiça mesmo.
Mas é só por hoje. Depois eu conto!




fevereiro 27, 2008

My book, my journey, my freedom

Eu quero um desses aí igual à foto ali embaixo!





Apesar das críticas recebidas até agora - algumas bem pertinentes, diga-se - ainda assim me parece uma boa solução, em termos de praticidade e peso. Sem falar na questão de impacto sócio-ambiental (papel = árvores derrubadas, mesmo que de reflorestamento). Ainda mais em tempos de "andarilhamentos" e "mochilamentos" por aí da minha parte.





Se bem que eu também me pergunto, a partir das críticas lá, sobre quanto mais socialização precisamos, além de celulares com câmeras, mensagens, internet, emails, blogs e post integrados. E, indo um passo além, o quanto de socialização cabe num livro. Mensagens e trocas de arquivo já acho socialização suficiente. Ver quem está online, e troca de mensagens, blablablah, acho que isso cabe melhor num msn da vida.





Até porque, se eu às vezes já acho chato ser interrompida enquanto estou fazendo uma coisa qualquer, já pensou estar lendo, acompanhando os passos do Leitor e da Leitora em busca do livro interrompido, e mensagens ficarem saltitando ou barulhinhos ficarem tilintando?? Não, né. Aí deixa de ser leitura.






Não é fofo e lindo? Ok, ok, deve ter muito que melhorar, como a funcionalidade touchscreen e a disponibilidade de cores - rosa ou preto ou azul - mas é que já me parece uma boa idéia assim, já pensou se vier em vermelho, pra combinar com a ferrari?!!


novembro 19, 2007

A imagem e eu

Acabei de me ver na televisão. Fui entrevistada hoje à tarde para o programa Livro Aberto, que o professor Juremir Machado da Silva apresenta no canal da Pucrs, com o CK, sobre o Inventário das Delicadezas, entre outras coisas.

Na hora eu imaginei que ia ficar horrível. Estou branca, com olheiras, descabelada, toda torta. Fiquei nervosa, não sabia onde colocar o pé, não sabia o que fazer com as mãos, falei sem olhar pra câmera.

Mas me diverti. Ele foi super atencioso, e realmente tinha lido o livro todo antes da entrevista. E, claro, os assuntos tergiversaram sobre tudo e mais um pouco.

Só não sabia que ia ficar tão horrorosa no vídeo! Dear heaven, please stop me! Tem um diálogo ótimo no Friends, quando eles estão vendo o vídeo do Prom da Monica e da Rachel, e o Chandler nota como a Monica estava gorda, e ela explica que a camera adds ten pounds.

Ele pergunta, como perguntaria pra mim, se pudesse, how many cameras are on you, no momento da gravação.

Ainda bem que a escrita é uma atividade solitária, longe dos holofotes, sem a necessidade de um público que a consuma no momento da produção. Acho que morreria, se tivesse que me colocar no youtube cada vez que fosse escrever qualquer coisa. Sem falar nas caretas. Nunca vi, nem tenho como confirmar, mas tenho quase certeza que faço caretas enquanto escrevo.

Ui!

= = =

Frescurites à parte, para quem quiser ver, o programa reprisará amanhã, dia 20, às 22:30, depois na sexta feira, às 13:30, e depois sábado e domingo às 18:30. Pra quem não tem o canal, pode acessar a http://www.unitv.tv.br/ e clicar em assistir agora, no horário agendado. A programação fica disponível no site, mas tem que ter realplayer.

Bem simples. E a imagem fica bem pequenininha, então não dá nem pra reparar na minha bochecha vermelha de calor nem nas minhas unhas quebradas!

novembro 01, 2007

Miscelanious

Já chove. De novo. Ao menos assim passa a minha dor, eu espero.

Tenho tido várias e várias idéias de posts e assuntos que realmente acho relevantes de serem divididos, ainda mais agora que tenho leitores (uns cinco ou seis, mas ainda assim leitores). Só que ainda não me acostumei de todo com o teclado do computador novo (que é lindo, que é vermelho, que funciona, que é assim uma Ferrari, mas que tem um teclado meio estranho, ainda mais pra quem estava acostumada com um teclado macio e dedilhável como o da compaq), ainda tenho receios. Mas este blog é all about overcoming all fears, então desisti de dormir cedo, uma vez que independente da hora em que for dormir sei que vou invariavelmente acordar cansada e com sono e com a sensação de que o dia de ontem ainda não acabou e que hoje não passa de algumas horas a mais de ontem, que não passa de algumas horas a mais no anteontem e assim por diante. Isto posto, mantenho-me acordada e escrevente. Vamos ver se chego ao fim dos assuntos.

Ontem teve o Fronteiras do Pensamento com a Äsne Seierstad e o Moacyr Scliar. Ela é a jornalista que escreveu o Livreiro de Cabul, entre outros, que eu ainda não li. Acontece que ela é fofa, simpática, com uma visão do jornalismo bem parecida com a minha, e com um posicionamento frente ao mundo - e frente às críticas que recebeu por causa do livro -que eu compreendo e aceito e acredito que estão corretas. Ela estava contando, entre outras coisas, que assistiu à derrubada da estátua do Saddam Hussein junto com três amigos de infância, dois homens e duas mulheres, e que eles, até então, não sabiam se concordavam ou não, politicamente falando, porque jamais haviam tocado no assunto, jamais haviam conversado sobre, uma vez que não havia nada a ser dito. Ela contou que o que mais lhe chamou a atenção foi o fato de um dos homens estar chorando de felicidade enquanto que o outro chorava de tristeza. Os dois amigos acabaram por brigar e se separar definitivamente, uma vez que passaram a habitar dois lados opostos no espectro sócio-político criado no país a partir da queda do ditador. Apenas a mulher não exibia reação nenhuma. E a repórter questionou-a sobre o que sentia ao ver a estátua sendo derrubada, a história sendo destruída e iniciada num novo ponto. A mulher simplesmente respondeu, ela contou, que não queria saber de nada daquilo, que não sentia nada a respeito da estátua, que não queria pensar sobre o assunto. Que pensava apenas, ela contou, sobre a comida que continuará a buscar e preparar, sobre os filhos que continuará a cuidar e limpar e ensinar, sobre a roupa que continuará a lavar, porque, afinal de contas, concluiu a iraquiana, a vida tem que continuar. Apesar das guerras, apesar dos lados, apesar do que se pensa ou não se pensa a respeito dos acontecimentos. Re-relato aqui a história testemunhada pela Äsne porque é o tipo de história que eu gostaria de ter vivido pra contar, e é o tipo de história que, acredito, ilustra bem o quão a humanidade (e, por estarmos falando em guerras, homens em geral) se separam e se dividem e se torturam e se matam por motivos muitas vezes estúpidos, que poderiam ser mais facilmente, menos dolorosamente, resolvidos caso a perspectiva tomada fosse de que a vida tem que continuar. De que crianças continuarão a nascer e crescer, e que pessoas continuarão a sentir fome e sede e continuarão a buscar respostas, seja pela fé ou pela ciência, e que isso é sempre bem mais importante do que ver quem tem mais armas ou quem mata mais inimigos.

Tenho me deparado com várias possibilidades de projetos literários, o que me deixa bem feliz. Basta ter foco e tranquilidade, coisas que estão um pouco longe, na prateleira mais alta que eu ainda não consigo alcançar.

Fora isso, tenho a intenção de catalogar todos os meus livros. Quer dizer, tinha pensado a respeito, e concluí que seria fácil, com base na olhada rápida pelos livros que tenho aqui no meu quarto. Lembrei agora que tenho ainda duas (seriam ainda três♥) caixas com livros, intocadas desde a mudança. Aí já fica difícil, porque tenho que decidir por onde começar e se abro as caixas e, caso faça isso, onde colocar todos esses livros!!! É muita coisa pra pensar. É muita coisa pra fazer e tão pouco tempo livre.

Sem falar que preciso urgentemente arrumar o meu armário. Tirar as roupas que não uso mais, embalar e encaixotar as roupas de inverno, separar blusas, calças, vestidos, colocar tudo em ordem e, principalmente, manter tudo ordenado. E não fazer como estou fazendo nesses últimos dias de apenas empurrar tudo pra baixo e fazer lugar para uma nova camada de roupa que eu não sei onde armazenar e deixar assim. Me oprime saber que está tudo caótico lá dentro.

Dei uma de criançola e comprei várias cartelas de figurinhas da Pucca. Eu amo a Pucca! A intenção era escolher um bem bonito e colar no computador lind-novo-rápido-vermelho. Mas tem a questão da cola, que depois de um tempo deixa de funcionar e deixa uma gosma nojenta e difícil de tirar. Ainda não colei, e já estou reconsiderando a idéia.

Fui na Feira, de novo. Comprei mais três livros, que estavam na minha intenção de compra desde segunda feira, e daí, acabou. Não compro mais nada. Chega. Até porque me oprime a quantidade de bancas, me deixa indecisa a quantidade de títulos e assuntos e capas bonitas que podem levar a boas histórias. Sem falar na confusão de gente, no burburinho ensurdecedor e no calor insuportável que, num dia como hoje abafado, úmido e sem vento, fica embaixo daqueles toldos com todas as gentes em volta. Ui. Não, calma, é só um chilique, é só uma leve falta de ar. Me dá um tempo que eu fico boa.

Hoje (ontem) foi Halloween. Nem me lembrei, até me deparar com monstros e assombrações por todos os lados, no trabalho. Há dias em que eu tenho absoluta certeza de que algum hospital psiquiátrico pega seus pacientes e leva lá onde trabalho para o fieldtrip do mês, pra ver se a convivência com muitas pessoas ao mesmo tempo pode ajudar na terapia. Acredito que não deve ajudar muito no caminho da cura pros pacientes, mas certamente colabora para levar a mim e aos meus colegas para a insânia.

Há dias, semanas, que não escrevo na agenda. É sempre assim, quando chega o final de ano e a quantidade de eventos e atividades se avoluma. E eu sempre me sinto culpada.

Peguei um taxi, ontem, na saída do Fronteiras e, perguntada pelo motorista, expliquei o motivo de tanta gente estar ali, ao mesmo tempo. Expliquei que era um ciclo de palestras e que os assuntos eram os mais variados e que blablabla. O taxista, intrigado, me perguntou se estava participando porque eu queria ou porque a empresa mandava - pra essas coisas de trabalho, sabe, que o chefe obriga a pessoa a fazer. Ele recebeu a minha resposta espantadíssimo! E achou ainda mais absurdo pensar que, das mil e tantas pessoas que participam, a maior parte também estivesse lá por opção. Por fim ele concluiu que era muito legal para o mundo que tantas pessoas se juntassem, ao mesmo tempo, para aprender coisas sobre como melhorar o mundo.

Há poucos minutos, logo depois que comecei a escrever, a chuva havia parado. Agora mesmo recomeçou. E cai com tudo lá fora fazendo um barulhinho delicioso sobre o toldo do pátio. Assaz convidativo para dormir. E os assuntos que ainda estão na pauta - prometo! - ficam pra amanhã.

outubro 27, 2007

Feira do Livro

Começou. Já fui, "planfletlar", ou melhor, postal-cartonear, pra divulgar a sessão de autógrafos do Inventário das Delicadezas.

E é estranho, mas me parece que as pessoas que realmente gostam de livros, que realmente compram e gostam de ler livros, não estavam lá. Não estavam lá porque os livros que possivelmente buscariam estariam subjugados e sufocados pelos Auto-ajuda, pelos Esotéricos, pelos Livros Técnicos, pelo Harry Potter.

E hoje na aula estávamos mesmo falando disso, e um colega levantou um dado que assusta: se a J. K. Rowling parar de escrever as continuações e aventurinhas do garoto com o raio na testa, aproximadamente dois milhões de pessoas, no mundo, ficaram desempregadas, pois são remunerados por atividades diretamente relacionadas ao Harry Potter. Absurdo, não?

E o mais estranho é que esse fenômeno, pelo menos até onde se sabe, não serviu pras pessoas se sentirem incentivadas a ler. Elas querem consumir o Harry Potter até o esgotamento, até sugar a última gota de poção mágica que possa aparecer em Hogwarts.

Até que o Harry Potter é interessante, sabe. Eu acho que também gostaria de lê-los todos, se não achasse que o meu tempo destinado pra leitura já é pouco e, portanto, deve ser usado para coisas que me serão mais úteis, como um Eça de Queiroz, um Imre Kertesz, uma Anaïs Nin, um Saramago. Mas o que me espanta são as pessoas que descobrem a leitura, descobrem a voracidade pela leitura (sim, porque pra ler aqueles calhamaços empolgadamente, um seguido do outro, tem que ser a partir de uma certa voracidade, certo?), o prazer que isso proporciona, e não continuam, não vão adiante, não alimentam isso com mais leituras, mais diversidade de leituras, mais variedade, mais profundidade.

Eu só queria ter disciplina e uma dedicação integral à escrita. De repente eu faço alguma coisa bonita e que sirva pra saciar a voracidade alheia.

Ah, e antes que eu me esqueça: sessão de autógrafos do Inventário das Delicadezas na Feira do Livro, segunda feira, no Memorial do RS, às 18 h. Compareçam!

setembro 30, 2007

Ufa!

Começo agora a assentar a poeira do lançamento. Aliás, d'O Lançamento. A fila de autógrafos estava na rua. E ficou na rua até umas nove e pouco da noite, enquanto as pessoas ainda chegavam.

(Sim, haverá fotos. Assim que chegarem em mim eu publico. Não, eu não estava tirando fotos. Contratamos um fotógrafo. Aliás, uma fotógrafa. Fofa, querida e, ao que me parece, no clima da coisa toda.)

Como pode-se imaginar, não consegui dar atenção a ninguém, mas conversei com todo mundo, ao menos alguns segundos.

Sim, deu pra cansar o braço (já cansado de carregar as caixas com os livros até o taxi. Afinal, ser escritor sem mecenas é isto, é também carregar as próprias caixas até o lançamento.) de tanto dar autógrafo. Sim, deu pra ficar alegrinha do vinho que, ainda bem, só começou a fluir com mais frequência depois de uma certa hora. Sim, deu pra cansar, deu pra chorar, deu pra sorrir.

Algumas pessoas que eu achava que iriam não foram. Tudo bem, eu entendo, não se preocupem
que o livro de vocês está guardadinho. Algumas pessoas que eu nem pensava que iria encontrar, foram. E me deixaram contentes, obrigada. E àquelas que me disseram que iriam e foram, muito obrigada! Vocês me deixaram muito felizes!

E no fim faltaram fotos a serem tiradas, e faltaram palavras a serem ditas, e faltaram frases a serem escritas, mas isso é assim mesmo. Nunca é perfeito como a gente imagina. Mas é sempre, sempre bom!

setembro 21, 2007

Cheiro II


Meu quarto está cheirando a livro.


Tudo por causa dos primeiros que chegaram ontem e estou enviando para a imprensa.


(ele não é lindo?)