setembro 13, 2008

Wishing on a star


Quando eu era pequena, sempre que anoitecia procurava com os olhos a primeira estrela do céu, e pensava, estrela estrelinha, a primeira que eu vejo, seja boazinha e realize o meu desejo. E pensava numa coisa que eu gostaria muito que acontecesse e que na hora me parecia impossível, ou ao menos muito difícil.
Não sei se meus desejos se realizavam, ou, se eles se tornavam realidade, era porque tinha sido um pedido meu, obra do acaso ou simplesmente algo que aconteceria independente da minha vontade.
Eu sei que não acredito mais em desejos, em sorte e azar, e em obras do acaso. Não sei se ainda acredito no destino como algo superior e além da vontade individual, quer dizer, tenho consciência de que existem situações pelas quais precisamos passar, por algum aprendizado necessário.
Mas eu acho um absurdo qualquer pessoa não se sentir responsável pelo que acontece na sua vida. Acho um absurdo as pessoas ainda creditarem ao acaso, à sorte, ao azar, ou - pior, muito pior - a outras pessoas a responsabilidade pelo que acontece, para o bem ou para o mal, na sua vida.
Acho medíocre não ter consciência de que cada ato provoca uma reação, principalmente quando somos nós que decidimos nossos atos, e seremos nós a aguentar as consequências.
É certo que não temos como saber, aqui no início da estrada, o que vai acontecer lá no fim. Não temos como saber que efeitos e acontecimentos surgirão a partir de cada escolha que fazemos, de cada caminho que seguimos. Mas é certo que não dá para seguir para a direita E para a esquerda ao mesmo tempo. Não dá para ficar E seguir.
Então escolher é, em sua essência, perder alguma coisa além, deixar de ter o que está atrás da porta número um sem mesmo saber. E, tendo isso em mente, escolhendo mesmo assim, e aceitando as consequências de cada uma dessas escolhas, bem, isso é viver plenamente. Isso é experimentar a vida, com todos os seus lances de sorte ou de revés, sem culpar algo ou alguém.
Hoje eu vejo que algumas escolhas doídas do passado me trouxeram para cá, para onde estou agora, de onde enxergo que aquelas dores momentâneas foram pequenos percalços perto da beleza do caminho que me trouxe até o presente. E vejo que foi a coragem de escolher, mesmo doendo, que me fez crescer, que me fez perceber como a minha vida é só minha, e se eu sou mais ou menos triste, ou, mais ou menos feliz é porque eu construí essa realidade.
E ainda hoje eu corro para o céu sempre que anoitece, à procura da primeira estrela. Mas não mais para fazer algum pedido. E sim pela beleza da noite, e pela alegria de apreciar o belo, sem expectativas. Porque não há expectativas quando se tem o controle da sua própria vida.
(foto publicada primeiramente em ImagemporDia)

Um comentário:

Bia disse...

Amadinha, são muitas as coisas pra botarmos em dia.
Tô indo pra Curitiba este final de semana, mas vamos nos encontrar pessoalmente em breve????