(Se a Sundown pode patrocinar o Sol, bem que o Natal Luz de Gramado, com o apoio do Estado do Rio Grande do Sul, podia patrocinar o Inverno. Ao menos nevaria de verdade e o frio estaria garantido, como elenco fixo do evento, feito trio elétrico para o carnaval.)
janeiro 31, 2008
Inverno em pleno verão
janeiro 30, 2008
Hermetismos
E também isso é parte do processo, avaliar a massa, dosar as quantidades, colocar a manteiga e o açúcar e o chocolate e mexer lentamente, sobre calor constante - nem tão quente que tudo queime, nem tão frio que não sirva para fazer funcionar, numa temperatura tão adequada quanto um abraço - e observar como tudo vai aos poucos deixando de ser manteiga e açúcar e chocolate para tornar-se calda, uma calda espessa e escura, e ainda assim não ser exatamente o que se deseja, porque daí é preciso adicionar também a farinha, e diminiur o calor para que ela não embolote, e continuar mexendo constantemente, nem muito vigoroso para agitar ainda mais as moléculas do fermento e causar um crescimento precoce (o que pode pôr tudo a perder) e nem tão delicadamente que não provoque a mistura desejada. E depois, ainda se coloca tudo em forminhas, e dentro do calor hermético do forno, provoca-se a transformação.
O que se observa, ao final do processo, é que a farinha e o fermento alquimisticamente (ou, em outro significado, só para ser um tantinho repetitiva, hermeticamente), adicionado o calor intenso do fogo, incitam o chocolate e a manteiga e o açúcar a abrirem mão de suas existências sem abdicarem de suas essências e tem-se um delicioso petit-gateau. Que, ainda assim, não é uma coisa só, mas uma sobremesa em transformação, pois aparentemente é um bolinho com a casca torradinha mas, ao se quebrar a casca, tem-se um delicioso creme, que acaricia a língua e aquece por dentro, acabando por transformar também quem prova.
O hermetismo deixa de ser misterioso e confuso, passa por alguns momentos de alquimia e transformação e pode encerrar-se em si mesmo, num ente perfeito, arrendondado, sem início e sem fim. Como é sem início e sem fim todas as transformações por que tem que passar uma pessoa.
Neste momento o meu hermetismo quer dizer confusão mesmo, afinal ainda estou na fase de montar os ingredientes, ainda não acertei a água do banho-maria para derreter o chocolate, mas estou tentando, provando outras formas, transmutando os elementos dentro de mim para chegar ao ponto certo da calda. Assim a minha casca por fora serve pra proteger o cremoso recheio - o chocolate! - da minha vida, que só se abre e é oferecido a que realmente merece.
Ainda não cheguei de todo ao ponto da hermética do forno, ou, pior, já estou lá e ainda não notei. Tudo bem. Se estou lá é porque estou transmutando, combinando todos os elementos de mim até chegar no ouro. Ou melhor, na calda de chocolate, antes que eu me perca na própria imagem que criei e acabe sendo ainda mais hermética do que planejava.
janeiro 29, 2008
Aforismos e outras sentenças
(e quando não é o rabo, é a patinha!)
Eu amo gatinhos! Principalmente os de verdade, mas os aforísticos me divertem tanto!!
janeiro 28, 2008
A vida é divertida!
(This little light of mine, I'm gonna let it shine,
All down the road, let it shine, let it shine, let it shine!)
janeiro 26, 2008
You can run...
janeiro 24, 2008
Agora sendo um pouquinho fútil
Se mais fútil eu fosse, colaboradora constante seria. Certamente.
Mas uma vez que dândi não sou, e trabalhar preciso, aproveito os pequenos momentos de folga pra rir sozinha, pela madrugada afora.
Certamente vocês já conhecem, o TDUD, abreviação temdemcia e féxion de TeDouUmDado?, mas não custa linkar.
Pra mim, uma das mais engraçadas (além da hilariante cobertura do casamento da Simony, com as declarações exclusivas de Celso Russomano*, claro) é a que mostra, em imagens de instantânea compreensão, a diferença entre a democracia da França e do Brasil .
Eu recomendo!
* Jamais poderia ter cogitado que um dia citaria Celso Russomano, no meu blog, ou em qualquer outro contexto. Aliás, se tivesse apostado, agora perdido teria. And, by-the-way, quem mesmo?
A diferença entre dizer e querer dizer
Reparei nisso hoje, ao me despedir da Pati, que amanhã retorna para a jungle city onde habita e trabalha, perdida lá no meio da selva amazônica (não, não é força de expressão. Ela contou que caminha um quilômetro para chegar no pier do Rio Solimões, onde entra numa embarcação para, depois de trinta minutos navegando, chega a Coari, que é a cidadela onde ela entra num avião para sobrevoar por uns quarenta minutos sobre a floresta até chegar a Manaus, onde às vezes fica num hotel para pegar o avião no dia seguinte para ir até São Paulo, ou Brasília, para daí então, depois de algumas outras horas de vôo, chegar aqui em Porto Alegre. Ufa, eu cansei só de contar, imagina passar por tudo isso!), que em vez de dizer o quanto ela é importante e o quanto eu sinto falta de poder encontrar com ela toda a semana, apenas disse " vê se te cuida, tá", do jeito tipicamente mandão que eu assumo nessas situações. "E vê se dá notícia.", pra completar. Silly me.
Que burra que eu sou, sabe, totalmente não domesticada para essas situações. E é pior, porque é com todo mundo. Quer dizer, eu acredito que seja com todo mundo, uma vez que apenas recentemente passei a reparar nessas coisas de querer dizer uma coisa e da boca saírem outras palavras, com outra entonação. E devo dizer que com o agravante de uma despedida, ah, daí sim que a coisa toda desanda e se perde.
Mesma coisa com a Carol, quando caminhamos com ela até a porta do shopping, pra ela pegar o ônibus. "Já te dei a ficha", eu perguntei bem abobada, quando deveria ter dito que fico feliz de ver que ela está bem, ou pelo menos em vias de ficar bem.
E acho que é assim com todo mundo, mesmo, infelizmente. É horrível a sensação de engasgo, de ai, e agora, e o pânico de abrir a boca e a voz sair diferente do que eu reconheço como minha voz, e as palavras se atravessarem assim.
Prometo me tratar. Acho que tendo consciência dessa deficiência - inabilidade, incapacidade, ou disfunção, you name it - fica melhor de resolver. Deve haver algum 12-step program qualquer específico para expressão sentimental (hey, that's an idea!!) que eu possa seguir pra tentar melhorar.
Nesse meio tempo, você, que me lê, se me escutar lhe dizer autoritariamente "vê se se cuida" ou "avisa se está viva", ou qualquer coisa horrível deste gênero, tenha um tanto de compreensão e paciência. Até que eu aprenda a falar as palavras que realmente quero dizer (ou então encontrar uma forma de aparecerem legendas logo abaixo de do meu rosto, que mostrem a tradução do que eu digo, o que vier primeiro), saiba que o significado disso tudo é dizer que gosto de você, e que me preocupo, e que espero que possamos nos reencontrar o quanto antes.
Ufa. Até escrever sobre isso foi difícil. Agora me dá licença que eu vou ser fútil um pouquinho ali pra desopilar e já volto.
janeiro 21, 2008
The moon shines at my window
janeiro 19, 2008
My Celebration - For Self Portrait Challenge
But I can't forget the boy who lights up my day. He can be annoying sometimes, but even his annoyances are a particularity of him, and I know it wouldn't be the same without it. So instead of "leaving him", I take him whole, accepting the eventual "bump in road", knowing that even that is an important part of the fun. And, at the end, he gives me more reasons to laugh and be joyfull and feel beloved than anything else. And life becomes a sweet, adorable, celebration, through and through.
(You can tell by the smile on my face that's pure celebration!)
Oh, it's not over yet! There's still one good reason to celebrate. Ten years ago, this very January 19th, I was graduating from college, happy as I could be, glancing at the bright future ahead of me, the whole world waiting for me to conquer. (ok, ok, I won't start the "epopee" of everything that happened ever since, but thinking back about what I've done since my graduation -which, by the way, happened before the advent of digital cameras, leaving me with tons of photos to scan and digitalize - I'm glad with the results of my decisions, even if they brought me some pain along withe the learning) And I don't have any of my graduation photos in digital files, but I promise to work on that!
For Self Portrait Challenge - Celebrate!
I have to confess I was a little disappointed with our SPC break in December: I was very excited I would have to write about joy right on my birthday. But celebrating is also a very good theme and allows me to think about (and take pictures of) a much wider variety of events and reasons to be joyfull.
Inspired by a blog I recently came to know (3for365), I decided, as one of my New Year's resolutions, to come up with at least one good thing, everyday, to find out at least one reason to be gracefull and festive about my life. It's been not so easy as I thought, since I get so caught up in planning my tomorrows that sometimes I just disregard my present and the good things happening to me at the very minute I'm living.
And, from all the great pictures everyone send, showing all kinds of celebrations, I picked the ones that made more aware of the importance to live the present with all my attention and awareness. Also, the photos helped me realize that even a little thing can be a good reason or a good way to celebrate life.
Family bounds
(More of this photo in here)
Friendship
(More of this photo in here)
A healthy, caring, trustworthy relationship (either a new or a long-time one!)
(More of this photo in here)
My body and how it's beautiful just the way it is
(More of this photo in here)
janeiro 16, 2008
Texto-presente: As Palavras
O texto abaixo eu ganhei de um amigo no meu aniversário. Eu achei tão lindo e emocionante, eu já tinha gostado antes, mas hoje ele me mandou por email, junto com uma mensagem dizendo que tinha encomendado pra mim um dvd com filmes da Pucca, pra alegria da five-year-old dentro de mim.
Especialmente hoje, num dia de chuva inesperada no meio da tarde e um espaço inimaginável de sem-palavras.
"As palavras pesavam. Escorriam pela mesa. Se dependuravam nos vasos pendurados ao teto. Batiam nas paredes. Caíam no piso, picavam, diluíam-se. Entravam e saíam das gavetas. Atravessavam as janelas de vidro. No lado de fora, defasavam-se. No lado de dentro, se derretiam. Eram engolidas pelas poltronas, pelas cortinas. Chocavam-se umas com as outras, pariam novas, tortas, desengonçadas. Multiplicavam-se. Misturavam-se. Nos cantos dos quartos elas sumiam. Na porta da sala, retornavam. Sentiam-se atraídas pelos livros das estantes. Da escrivaninha, eram caçadas. Fugiam, escamoteavam-se, voavam. Tomavam conta do lugar. Depois de um tempo, serenavam, gravitando próximo ao chão, cerração baixa, um tapete de letras, átomos, fina nuvem de signos e sons primordiais, dormindo. Até que os pés de uma menina, voltando do pátio, como pedras atiradas em um lago, novamente as acordasse, e elas tornassem a se espalhar, a se dar as mãos, a se unir e desunir, a saltar e celebrar pelo ilusório espaço da casa. Quando ela abria o caderno e pegava o estojo de canetas, fingiam ser capturadas. Gostavam mesmo era de se exibir, naquele palco branco e retangular, em um jorro ondulatório de danças ordenadas, gestos sinuosos e trajes multicores. "
É do Paulo Juner, meu vizinho de livro lindo. Obrigada, Paulo!
janeiro 15, 2008
E antes que eu esqueça!
Sim, nem parece, né, com a cara de guria de quinze anos que ela tem. Mas está. E vai ter uma mega-ultra festa pra comemorar.
Mais informações no site: http://www.formaturadapaty.blogspot.com/
janeiro 14, 2008
The heart of the matter
Inevitável perguntar se esse tipo de cirurgia promove um recomeço não só para a questão física do paciente como também sentimental, uma vez que é o coração o emblema máximo de sentimentos no simbolismo humano na totalidade (bem, maioria. Me lembro agora de ter estudado um povo, desses antigos, para quem o coração não estava ligado aos sentimentos. Mas, assim, posso estar enganada à esta hora da noite.) de povos e culturas.
janeiro 13, 2008
Keeping the faith
Nada como optar por ver as coisas de outra forma e, com isso, conseguir mudar o mundo.
janeiro 11, 2008
Reality bites
A vida real pode ser muito, muito, muito chata, e ranzinza e amarga de se provar.
Não é à toa que Emma se matou. Ela se deu conta disso e encarregou Gustave (o Flaubert, se alguém ainda tem dúvidas.) de registrar e nos contar. Sim, porque até nisso ela pensou, em se matar, em fazer um grande escândalo e chamar a atenção e deixar a mensagem bem clara pra quem quiser entender: real life sucks.
A vida na ficção é sempre mais interessante, mais colorida, menos povoada, menos barulhenta, menos estressante.
janeiro 07, 2008
Em clima de mudança
Verde é muito 2007.
Acho que preciso de outra cor.
Sabe, quem disse que o laranja é o novo rosa estava completamente errado. Andam dizendo por aí que 2008 é o novo 1999. De repente estão certos.
Na dúvida, mudança de layout pra acompanhar a mudança de ano.
(alguma sugestão?)