Não, não vou cantar a musiquinha que diz o quão demais a cidade é. Ela é. Demais e várias outras coisas. E é minha. Como um livro eu a leio, passo meus olhos pelas calçadas e entendo todas as passadas que já ouviram, os passos duros da história, as passadas leves da paixão, os caminhos tranquilos dos velhinhos, entendo tudo isso porque entendo a cidade. Eu vivo a cidade. Eu pertenço a ela tanto quanto ela me pertence, e por causa disso não preciso cantar os versos repetidos infinitas vezes, das gôndolas do supermercado para outras cidades do mundo. Não preciso dizer que é nostálgico pensar em ruas da cidade pelas quais talvez não passarei, porque seria por demais clichê.
Não preciso traduzir nas palavras de outros o sentimento que me faz pular um pulsar de ventrículo sempre que passo pelas ruas tão lindas com o brilho do sol que se reflete no Guaíba se multiplicando pela cidade refletido nas fachadas, nas janelas, nos capôs dos carros no engarrafamento, nos copos gelados pelos bares e calçadas.
Basta dizer que é a cidade onde nasci. Onde sempre estive, mesmo que longe (mesmo que ame ame ame Curitiba com todas as forças por tudo que aprendi por lá.). Para onde sempre voltarei, provavelmente. Porque não é apenas a cidade onde nasci. É a cidade onde me dei à luz, a cidade que se fez luz no meu caminho, a cidade que me fez enxergar as luzes do mundo e ler, nas ruas, nas calçadas, nos muros pintados e cartazes descascados, as histórias do mundo. E com isso torná-lo meu, fazer da cidade parte da minha realidade, da minha intimidade. Linhas curvas e tortas e rabiscadas onde escrevo minha história.
Ok, eu sei que já passou da meia-noite, mas como não dormi, ainda é dia 26 de março. Então ainda é aniversário. Então ainda posso desejar Feliz Aniversário! para a minha cidade, para A cidade!
(copiado de littledreamergirl, resultado de uma busca por imagens.)
Um comentário:
Eu sou suspeita, apesar de dizer que isso aqui é uma província, adoro minha cidade! Nossa cidade!
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