julho 09, 2012

Equações passadas

Eu era uma pessoa bem mais feliz quando fotografava todo dia. Não por causa das fotos em si, mas porque me obrigava ao exercício do olhar, diariamente procurava um ângulo novo para o que via sempre, um novo arranjo de cores, uma nova composição de formas.

Nessa época, coincidência ou não, eu também escrevia mais.

Talvez me sentisse também mais feliz por causa disso. Pode ser.

O fato é que eu já não sei mais apontar o que exatamente se perdeu no caminho nessa equação de felicidade. O que, na prática não vai fazer diferença nenhuma, uma vez que se as coisas mudaram, o resultado também vai mudar, e a única solução que vejo é mudar todas as variáveis, e fazer novas experimentações, novas equações.

Não, acho que como metáfora não deve fazer muito sentido. 

E o que, afinal, neste mundo doido e mutável, ainda faz sentido?

Porque se é verdade que o mundo vai mesmo acabar até o fim do ano, não precisaria mais de qualquer sentido. Exceto o de urgência.

Há ainda tantas coisas a serem fotografadas e escritas no mundo.

(e eu aqui perseguindo metáforas e equações e variáveis que já não estão mais lá.)



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