novembro 27, 2008

Thanksgiving - The 5 things I'm thankful for - 2


Viajar é quase tão bom quanto literatura.

Viajar faz a pessoa repensar, aprender, rever, conhecer e reconhecer, degustar, provar, todas esses verbos que acabam por nos tornar melhores. (ok, isso de passar por uma experiência e tornar-se melhor é uma capacidade que não vem de fábrica com todos os seres humanos, mas que pode ser adquirida mediante um certo treino e um tanto de vontade, então cuidado ao generalizar achando que todo mundo fica melhor. Não é bem assim. Mas esta não é uma discussão para se ter agora, portanto, voltemos ao assunto.)

Todo mundo deveria ter a chance de fazer uma grande viagem, uma viagem dessas life-changing, que alteram profundamente nosso modo de pensar e de ver o mundo. Comigo foi ter feito intercâmbio. Foi ter caído no mundo, foi ter saído da bolha, foi ter atravessado para sempre os portões da Vila Romana, para usar uma alegoria curitibanística.

Sabe a história da caixa de Pandora? Pois bem, é quase isso, mas a caixa que se abre é pra dentro, é no pensamento. Sim, gera dor. Mas, como diria uma professora minha do colégio, depois da dor vem o prazer. E a dor de perder a inocência da infância se dilui nos prazeres de descobrir o mundo, de desvendar o mistério de si mesmo.

Não, não é fácil. Como não foi fácil pra mim morar com pessoas que me acolheram carinhosamente mas que, querendo ou não, eram estranhos, com hábitos e gostos - falando cultural e socialmente - diferentes dos meus. Não foi fácil perder o contato com as referências e ter que esticar os braços longe para tatear e ter onde se segurar. Foi complicado ter que voltar para um mundo que parecia em tudo tão igual ao que eu havia deixado, mas que era completamente outro, aos meus olhos.

Mas não há crescimento sem dor, ou como diriam os anglo-saxões, no pain, no gain. E o preço que se paga para isso retorna em dobro.



2 comentários:

Vica disse...

Eu queria ter feito intercâmbio, isso sim é viver outra cultura.

Cris Moreira disse...

Eu recomendo sempre, em qualquer idade. Essas coisas de viajar e experimentar outra cultura, não importa a idade, é sempre bom.