julho 25, 2008

Indo e vindo

Quando eu comecei a esperar pelo ônibus, o céu ainda estava claro, com o início de umas tonalidades plúmbeas (sempre quis usar esta palavra), mas ainda no seu tom típico alaranjado-roxo que só um anoitecer de inverno proporciona.


Passeei pelo aeroporto hoje. Passei correndo, seria melhor dizer, pra conseguir acertar alguns assuntos viajísticos. Nada muito grave, mas que precisava ser feito. Agora está, e quando saí do lugar, com o documento na mão, bem, agora é tudo bem mais concreto e pesado do que ever before. Nem a fatura do cartão com o valor me assustou tanto.

Aí fui tirar essas fotos pra distrair a mente e deixar o inconsciente encontrar a resposta para tanta aflição diante de uma coisa que é pra ser - e que de fato é - tão boa. Sim, porque o céu estava fascinante, e as nuvens correndo pelo céu, escuras contra um fundo ainda claro, delimitadas, delineadas, sempre me encantaram, e eu não podia deixar de registrar uma coisa linda dessas.

Nesse meio tempo o ônibus chegou, eu subi, e ainda tive tempo de tirar a última foto, com o sol já posto e o horizonte praticamente escurecido, antes de temer pela minha câmera nova e escondê-la na bolsa, fazendo cara de blasé que ouve mp3 num player que não Ipod e que can't afford all this.

Pois bem, aí me caiu a ficha. Acho que esta será a primeira (bem, talvez a segunda, mas that's not the point) grande viagem em que estou sozinha, on my own. Sem supervisão. Melhor dizendo, em que eu serei a supervisão. Responsabilidade. Um tanto de medinho, porque se der alguma coisa errada, eu não poderei sentar e ler e esperar que alguém possa resolver os assuntos e tudo.

Não que não me sinta preparada, mas acho que era a não verbalização desse sentimento que estava me incomodando, a não delimitação dessa sensação. Como um céu em que as nuvens se misturam, e parecem mais lã escovada de tão esparsas e tênues. Não se vê o início de uma coisa nem o fim da outra. Agora que me dei conta do que é o engasgo, ele passa. Eu faço passar.




Falar em passar, alguém recomenda um antibiótico pra esse vírus que tem me deixado preguiçosa e sonâmbula nesses últimos dias, assim, com vontade de ser empurrada o tempo todo sem sentir o chão sob os pés? Será que é isso inferno astral, torpor e inércia e vontade de ficar ruminando os pensamentos até eles virarem alguma coisa útil e boa, mesmo que apenas adubo pra outros pensamentos?

2 comentários:

Pam Nogueira disse...

É ESSA A SENSAÇÃO:

"Pois bem, aí me caiu a ficha. Acho que esta será a primeira (bem, talvez a segunda, mas that's not the point) grande viagem em que estou sozinha, on my own. Sem supervisão. Melhor dizendo, em que eu serei a supervisão. Responsabilidade. Um tanto de medinho, porque se der alguma coisa errada, eu não poderei sentar e ler e esperar que alguém possa resolver os assuntos e tudo."

Hoje de noite, se tu conectar, eu te conto as minhas aventuras de viagem!!! Beijocasssss

Cris Moreira disse...

SIIIIIIIIIIIIIIIIIIIM!

Me conta, me conta. Mas me conta por email.

Estou tentando organizar tudo e terminar o conto do jornal (depois eu conto) e, sim, tentando dormir. Aí msn eu não vou poder te dar atenção.

Beijo