novembro 26, 2008
Movimento
É como o pêndulo. É seu movimento constante que faz girar as rodas internas do relógio, que faz as horas passarem, que faz o cuco sair e cantar a cada sessenta minutos.
E assim também é com as outras coisas. As folhas, por exemplo. Elas vão, com o vento, mas devem voltar, para que o vento as leve de volta, para que elas voltem, apenas para poderem sentir novamente o vento e continuarem nesse movimento infinito.
O fato é que todas as coisas são assim, ainda mais que circulares, pendulares. Constantes. Mas esquece-se tão facilmente as coisas que são óbvias e certas, que por vezes é possível se perder entre o mar e a praia, desentendendo o movimento da maré. Mas o que se sabe não se deixa de saber, e a sensação provoca logo a lembrança, e o mar invade a praia e os pés e o gosto na boa apenas para se recolher e poder retornar e inundar o mundo de novo.
E é como o pêndulo. As coisas que nos são importante ora perdemos, ora esquecemos, apenas para podermos lembrarmos e encontrarmos, num olhar revestido de novidade que permite a manutenção infinita da relaçaõ, a presença constante.
O pêndulo tem que ir para voltar. A maré precisa se encolher para alcançar a praia de novo. O universo pulsa, se encolhe e se estende e assim tudo é, tudo continua, tudo se mantém.
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