Estava enlouquecida por causa da Feira, que acabou e da qual eu nem falei nem nada. Mas não era por isso. Estava quase arrancando os cabelos porque queria-precisava encontrar minha lista de livros desejados e não achava em lugar nenhum.
Abri todas as gavetas - e isso ainda antes da Feira -, revirei todas as bolsas, e nada.
Pensei cá com meus botões que só poderia ter deixado dentro de um caderninho*, que é onde eu coloco todas as coisas importantes da vida. Mas nada, nem isso. Abri todos, folheei-os um a um, e achei tanta coisa interessante, anotações, bilhetinhos, idéias, minha outra identidade, que até me perdi no meio da procura.
Mas nada da lista.
Como eu sou Cristina e sou prática, deixei de lado a história da lista, e resolvi experimentar a Feira no instinto. Feeling with the guts, farejando os livros aos poucos, passeando pelas bancas sem muito rumo certo.
Foi ótimo, porque achei diversas coisas que sequer procuraria se estivesse munida da lista. Achei a Joyce Carol Oates, e o Tomasi di Lampedusa, e a Jane Austin, e a Virgínia Woolf, e o Alan Pauls e o Alain de Botton. E, claro, o Bioy Casares, que apesar de já lido, está numa edição tão linda, mas tão linda, que eu não resisti. E, surpresa, nos arredores da Feira, numa livraria que fica fora do quadrilátero da Praça, encontrei Os Miseráveis, na edição nova, e a Anna Kariênina, os dois pela metade do preço. METADE!! Eles são lindos, meus livros!
Aí que hoje tive uma folga, e, como sou brasileira e não desisto nunca**, resolvi colocar algumas coisas em dia, em ordem, jogar fora alguma tralha, essas coisas. E, adivinhem se não encontrei minha amassada lista? Claro que sim. Dentro de um livro, junto com uma consulta marcada para maio, embaixo de uma pilha de papéis de contos lidos em aula, misturados com revistas e outras bobagenzinhas.
A busca não foi em vão, no meio do caminho encontrei várias outras coisas que estava procurando. E eu precisava de um certo sentido de ordem, mesmo que fosse um tantinho de nada, mesmo que apenas ao meu redor.
Faltou dizer do Machado de Assis, esse com a capa linda ali da foto, e uma edição nova do Madame Bovary. E um Umberto Eco, por influência da palestra da Dra. Joana, e um Jung. Viu, é tanta coisa que eu me perco com tão pouco. Mas tenho certeza que isso é a iminência dos trinta. Não digo que é inferno astral porque passei o ano inteiro assim (a menos que eu seja de Saturno, e daí tenha apenas um ano de idade ainda não completo), mas sei que o ano que vem (ou os próximos trinta, dependendo da contagem) será bem melhor.
* Piada muito mais que interna. Piada quase que comigo mesma.
** Rá!
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