Então que uma coisa ruim acontece e eu tento me vingar e ser má mas sou mooshy inside e choro e me derreto porque percebo que os atos ruins são apenas vergonhas, ciúmes, pequenas inseguranças que não levam a lugar nenhum. Acontece que eu acho que levam, as coias sempre levam umas às outras, e se a gente não cuidar por que coisas está se indo pode acabar se perdendo.
Pois que depois das coisas ruins (e de quase chorar em público diversas vezes, desde ontem, por um motivo pequeno e bobo, vejo agora apenas que é um motivo pequeno e bobo diante da imensidão de coisas que podem nascer, e nascer e levar por bons caminhos, a partir do gesto mesquinho que me fez quase chorar em público por diversas vezes, desde ontem) a vida sempre me agracia com oportunidades de compensação, e, devo dizer, boas oportunidades de compensação.
A vida sempre merece umas borbulhas, uma sábia amiga já disse, e ela não disse exatamente assim, mas é assim que eu leio, e hoje nos encontramos numa conjunção de momentos ruins, dela e meu, e nos olhamos e de imediato concluímos que merecíamos umas borbulhas de comemoração, mesmo que o motivo fosse inventado. Aliás, invencionices é o que há.
Pois eis que - e aqui é que a vida nos compensa porque se um momento ruim leva a outro, e assim so far, no momento em que sabemos pular do bonde que leva ao Reino do Baixo Astral (onde encontraríamos o Guilherme Karam numa maquiagem exagerada e ridícula) para o iate que singra em mares deliciosamente habitados por sereias e baleias falantes e cavalos trotantes e Princípes dos Reinos das Águas Claras, nesse momento passamos a desfiar o rosário das coisas boas, das epifanias, das iluminações, e é este o ponto que interessa voltar à narração - eu soube ver o barco, mesmo que ao longe, e nos atiramos de peito aberto em mares profundos até alcançarmos a bóia que nos içou até o convés de onde fizemos tchauzinho, num gesto muito de miss, para o bonde ainda lotado.
E assim ainda encontramos (ou melhor, recrutamos) alguns outros de nós - nós que queremos mudar o mundo e ainda acreditamos que podemos, e insistimos em encontrar maneiras de fazê-lo -e nos reunimos e tivemos algumas boas idéias e compartilhamos uns tantos momentos alegres, mesmo que fugazes, e presenciamos paixões (acompanhamos, feito novela, melhor dizendo, pelas mensagens celulares) e pudemos nos sentir um pouco mais que dust in the wind, assim, reles seres rastejantes e pequenos no desenrolar da história do mundo.
Porque sou cheesy e mooshy e manteiga mais derretida que gelo em asfalto no verão, as coisas belas e boas da vida me tocam mais que as coisas ruins, e eu acabo contabilizando-as muito mais, e querendo registrar muito mais isso tudo que me engrandece e me enriquece e deixa algemado o monstro cinza e mau e vingativo que mora em mim.
E só porque eu sou praticamente uma teddy bear, com todo o recheio em espuma tão frágil e tão sensível, eu mais que quase choro, mesmo em público, com elogios, ainda mais sendo tão belos e gratuitos, sem eu ter feito nada de mais naquele instante, apenas estando ali.
Obrigada aos barqueiros que singram esses mares de coincidências e encontros e trocas de não fazer nada por pensar junto maneiras divertidas de ser item de estudo das gerações vindouras.
2 comentários:
opa!
como tu tá?
passou a fase ruim???
qquer coisa, dá um toque, ok?
beijos
Vamos jogar borbulhas no monstro cinza e vingativo... Eu empresto pra ele meus óculos cor-de-rosa.
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