janeiro 27, 2009

Underdog

Não sei no restante do país, mas aqui no Sul (e quando eu digo Sul incluo também Santa Catarina, que está pra lá do Mampituba apenas por um detalhe técnico, um misplacement geográfico, mas que é sul) o que agita o coração das moçoilas, além dos peões guapos e dos caçadores de modelo (para quem elas pretendem ser as próximas La Gisele do mundo), é o concurso Garota Verão, que há mais ou menos 25 anos leva famílias e torcidas para as "deliciosas" praias de Capão da Canoa com a intenção de verem a sua candidata como vencedora.



Desde que era pequena e morava em Curitiba, a musiquinha do Garota Verão significa que as férias estão chegando ao fim. Depois que eu voltei pra Porto Alegre, passou a significar também que falta pouco para o calor acabar (oba!) e falta pouco para a cidade ficar lotada de novo (búúúú!).


Mas o que sempre me deixou intrigadíssima com esse concurso é quando eles anunciam a moça sem-clube. As moças com clube são aquelas que concorrem primeiro dentro de seus clubes, provavelmente contra com as mesmas meninas com quem "debutaram" ou suas colegas de "Glamour". As moças com clube já saem com torcida organizada, como representantes de uma instituição estruturada, com possibilidade de financiamento de pompons e cartazes e tudo o mais.


E as moças sem-clube? Eu sempre pensei que as moças sem-clube merecem um ponto a mais. Por conseguirem mobilizar e unir pessoas em prol de um objetivo cujo benefício é puramente pessoal, individual delas. (No concurso, a participação das torcidas também conta para a classificação das concorrentes)


Não sei ao certo o que faz uma Garota Verão durante o outono e o inverno. Na verdade, nunca acompanhei nenhum dos concursos, com exceção ao do ano de 1993, cuja vencedora foi a Natalie Schmidt (confesso que eu tive que olhar o sobrenome dela no site, porque não lembrava), menina que na época era mais velha que eu e tinha os cabelos curtos e cacheados, bem diferente dos compridos e lisos das outras meninas. Não sei se ela tinha clube ou não. Na época, me lembro, torci por ela porque ela era diferente, a cacheada em meio a tantas lisas (todas eram loiras ou castanhas-claras).


Não acompanho mais o concurso, e a grande final, nas areias ventosas do litoral norte do Estado, não me atrai nem um pouco. Mas eu sempre sempre sempre, invariavelmente, torço pela underdog.


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