Depois da imensa participação no post anterior (obrigada a todos, prometo mais fotos divertidas e passíveis de interpretações diversas), duvido que os próximos sejam tão populares.
A insônia voltou. Domingo mesmo estava, durante um almoço delicioso (thanks, Leiloca), estava comentando que comigo, ela vem em fases. Às vezes demora muito, muito tempo pra chegar, e às vezes, quando ela chega, não há jeito de fazê-la ir embora.
Às vezes ela me deixa completamente atordoada, tonta, cheia de idéias. Às vezes, é apenas a sensação de estar para sempre acordada, com os olhos abertos, sem possibilidade de conseguir fechá-los para dormir.
Às vezes eu gostaria muito de ter todo esse tempo de atenção e consciência disponível, mas simplesmente não acontece assim, quando a gente quer. Mas aí, basta falar nela que ela chega, como uma amiga que ficou muito tempo viajando, morrendo de saudade, querendo toda a atenção para me contar todas as novidades. E aí senta ali, na beira da cama, me encarando, me constrangendo, me atrapalhando.
Às vezes, como agora, eu gostaria de poder descansar. De poder dizer a ela, por causa da intimidade entre nós, que ela me deixasse em paz, que fosse buscar um copo d'água, que fosse correr em volta da quadra enquanto eu tiro um cochilo.
Ou então, simplesmente, gostaria de poder fazer realmente algo de produtivo, sabe, abracá-la com todas as consequências do dia seguinte (sono, olheiras, lentidão de pensamentos), e dizer, a partir da intimidade que já temos, bem, então já que você está aqui, vamos, quem sabe, pensar nessa história que está me incomodando por tanto tempo e que não me deixa pensar em outra coisa ao longo do dia e que, como você pode imaginar, não consigo encontrar o caminho, nem do começo nem do fim.
Mas não é uma escolha minha. Ela vem quando quer, e fica como quer, quanto tempo achar que precise. E se ela decidir que vamos apenas ficar ali, olhando para o teto, enquanto eu penso nas coisas que poderia estar fazendo se ela não estivesse ali, bem, é isso que acontece.
De repente amanhã ela muda de idéia e me deixa falar. Mas este post é só para avisar que não estranhem os horários, ou se eu começar a mandar emails, bastantes e imensos, ou se eu não estiver no meu estado normal durante o dia, se você me encontrar ou me ligar e eu não responder com toda a atenção do mundo, se começar a dizer coisas sem nexo, que se algo assim acontecer, por favor não ligue.
Enquanto ela, Insônia, está aqui, me suga todas as forças, me deixa pela metade, ocupa todos os espaços. Às vezes isso é bom, mas às vezes é exaustivo demais. Mas é assim que acontece, quando ela está comigo.
Ela voltou. E pelas malas, parece que vai ficar.
Um comentário:
Bah, eu raramente tive insônia (já falo no passado, para deixá-la para trás), mas é muito ruim. Espero que passe. Dormir é tão bom...
Postar um comentário