Fomos Boyfriend, Dani e eu para Torres, onde a família dela tem casa. Três dias sem muito sol, com muito vento e alguma chuva. Ah, sim, e frio. E, claro, a comilança típica de dias cinza. Que nem foi tanta assim, mas que, pela falta de atividade física (jogar cartas conta como atividade física?) parece maior.
Apesar de não ter sido a tranquilidade imaginada e almejada, foi ótimo ter saído da cidade. Do ar da cidade. Da pressão atmosférica da cidade, feito panela e nós, feijõezinhos cozinhantes, espumantes, prestes a estourar.
Vimos filmes. Eu, de minha parte, li pouco, mas escrevi razoavelmente bastante. Quer dizer, escrevi. E, partindo do zero, algumas páginas podem ser consideradas bastante, certo? Certo.
O fato é que a ansiedade me perseguiu. Pulou dentro da mala sem que eu tivesse visto (vai ver que é por isso que estava tão pesada, a mala) e foi junto rumo ao litoral norte. Ficou me rondando, enquanto íamos ao restaurante, e depois enquanto me decidia sobre que livro ler - sim, eu sou daquelas que sempre leva mais de um livro, assim como mais de uma opção de roupa, para qualquer viagem, mesmo que seja de um dia apenas - e mais adiante enquanto pintava as unhas. Enquanto cozinhava não porque cozinhas me distrai de qualquer coisa, nada me apetece tanto (bem, quase nada) quanto ver os sabores em transformação, e acho que por aí a ansiedade deve ter ido tirar uma soneca. O problema é que ela voltou com toda a força enquanto jogávamos canastra e o meu parceiro não gostou muito de eu jogar alguns coringas e outras cartas boas para o outro time.
Ah, mas o que é que se pode fazer, com uma tremenda duma ansiedade mordiscando a perna, assoprando a nuca, assombrando as idéias? Assim não dá, nada dá muito certo, não acham?
O bom é que ter voltado significa poder resolver as questões que criaram tamanho monstro atrapalhador. Apesar do abafado da cidade, apesar da instabilidade do tempo, apesar da invasão em casa.
E é bom nem entrar muito em detalhes por enquanto. Assim que estiver tudo mais acertado, e eu tiver me livrado desse bichinho pinicante, conto mais.
Por enquanto tento lidar com esse fim de feriado, início de semana, retomada do trabalho nine-to-five-so-boring, sem ter que cortar os pulsos ou me atirar pela janela ou me afogar na chuva.
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