julho 17, 2007

For the self-portrait project


I consider myself a fire person. I'm passionate, and sometimes may burst in flames like a volcano, but most of the time I try to focus on being a candle, burning slowly but steady, lighting up the room.
I love this picture, taken on my last trip to the beach, beause of this tiny shell, in a shape sort of like a volcano. You can see my feet, blurry, in the back, I was standing right on the edge, where the water meets the sand. Other reason I love this image is that I took it myself. It was a very tiring exercise, trying not to fall or let the camera fall and still get a good look.
There is a brazilian music that says "God, keep me from being afraid, now that I have my feet wet" (ok, I'm no so good with translations, but I can assure the music is really pretty), and this photo always reminds me of it, of the fact that is life is being with our feet already wet in life.
And now you may ask, ok, what all this have to do with fire or where is the fire you mentioned before. The photo was taken on the only sunny day through my whole vacation, and it made me happy. The big ol' fire in the sky which is the sun can surely always put a smile on my face.

Nocaute. Ponto para o vírus

A gripe me pegou. Eu achei realmente que ia passar incólume mais um ano, mas, de acordo com a médica que me atendeu ontem, o vírus este ano está extremamente forte, criado a Toddynho, aparentemente. Nem os milhares de anti-corpos que a felicidade cria (tema que já abordei há algum tempo, in a galaxy far far far away) seriam suficientes para esta nova linhagem de super-vírus.

Ou isso, ou o stress realmente afeta a imunidade das pessoas. É a obra, é o livro, são as mudanças no trabalho, é a falta de perspectiva de um trabalho melhor, tudo junto e mais um pouco, pequenas coisas, que não dá pra descrever ou apontar, uma poeira que vai juntando e grudando nas coisas maiores e deixa tudo um pouco menos colorido, e um pouco mais pesado, e difícil de lidar.

Meu chefe me "convidou" a ir mais cedo pra casa, pra vocês (você? Vocês dois, quem sabe três leitores...) terem idéia da situação. Hoje, com obra e tudo, não consegui acordar. Blé.

Já estou medicada, e continuarei a me entupir de remédios até me sentir melhor. Afinal se vou mesmo tirar férias na semana que vem, preciso estar recuperada.

julho 16, 2007

Open your eyes

(são repetidas estas notas do começo, feito coração batendo em nervosismo, com medo, ou correndo. Ainda estou calma. Ainda está frio, e apesar das camadas e camadas de roupa que visto, o vento dá um jeito de trespassar por entre as costuras até chegar na minha pele. Cortante, o frio. Afiado, o vento. Queria não precisar usar tanta roupa. Queria não me sentir tão mal assim. Queria que não estivesse tão frio. Queria poder estar correndo agora, sem preocupação, sem horário, sol batendo na cara, sentindo o chão contra meus pés, sem engasgar ou ter que parar para respirar. São tantos os quereres que até me perco quando me entra a voz masculina, mas suave, pelos ouvidos.)

All this feels strange and untrue
And I won't waste a minute without you
My bones ache, my skin feels cold
And I'm getting so tired and so old


(É sobre morte, a música. Acho que sim. A pele fria só pode ser sobre morte. Minha pele ainda está fria. O céu está tão claro que chega a arder, the day, so crispy it hurts, e eu me distraio com as pedras do chão, todas fora de alinhamento, fora do lugar, saltadas, empurradas para cima por causa das raízes das árvores. Seculares árvores. Do alto destas árvores algumas décadas, talvez um século, me contemplam. Quando a cidade ainda fazia sentido, quando a vida ainda tinha uma certa ordem, quando viver ainda fazia sentido. Quer dizer, houve tempo em que viver fazia sentido? Não para mim.
Não há mais nada em volta, porque o som que me invade não deixa chegar mais nada. Aliás, se não prestar atenção, não vou entender. E agora eu quero entender, porque as imagens que a música vai formando na minha mente me assustam um pouco. Muito sangue, sangue muito vermelho, num piso gélido, muito branco.)

The anger swells in my guts
And I won't feel these slices and cuts
(É, definitivamente é sobre morte. Quem será que morreu, ele ou ela? No clipe aparece alguém percorrendo ruas vazias de uma cidade fria. Tão fria quanto hoje, mas não tão seca. Entra cortante o ar pelas narinas, chega a doer o pulmão, a garganta falha, quer tossir, a secura do ar piora tudo.)
I want so much to open your eyes
'Cause I need you to look into mine
(ele morreu, e agora espera que ela abra os olhos porque não tem certeza. E ele precisa ter certeza. Eu preciso ter certeza de tantas coisas, sabe, tipo agora mesmo, indo pro médico, se é grave essa dor que me arrebenta o peito, me engole por dentro, me consome. Será que tem solução? Ou estarei eu também precisando que alguém me olhe para que eu não morra. Será o meu sangue derramado?)


Tell me that you'll open your eyes
Tell me that you'll open your eyes
Tell me that you'll open your eyes
Tell me that you'll open your eyes

(Repetição.
Como no verso do Frost, For I have promises to keep
And miles to go before I sleep
And miles to go before I sleep, que ao fim também é sobre morte. Foi Borges quem me ensinou, quanto mais repetido, maior a intensidade, maior a tensão, wider the meaning. Open your eyes wide, provavelmente ele pensou em dizer, mas o verbo não coube, não teria métrica, ou ritmo, ou dessas coisas que tornam algumas músicas extremamente belas e outras apenas passáveis.
Será que é isso, então, ele grita para ela, me dê certeza de que está tudo bem ao abrir os olhos, e depois, apenas diga que eu ficarei bem, me olhe, me veja, e depois, mostre-me que ainda há vida em ti, deixa-me ver em teus olhos a tua alma, e por último, em súplica, me veja, valide a minha vidacom teu olhar, não faça minha existência ser em vão, por favor, me enxergue.)

Get up, get out, get away from these liars
(saia desta mesa, não dê ouvidos a todos esses que dizem que eu morri, que eu não existo mais, me procure, estenda tua mão, reach out for me, don't give up on me now...)
'Cause they don't get your soul or your fire
Take my hand, knot your fingers through mine

(uau, não é um simples me dê a tua mão, é um entrelaçar de dedos, pra ter certeza de que nem eu nem tu escorregaremos. Que lindo.)
And we'll walk from this dark room for the last time
(Queria estar agora bem longe. Queria estar em casa. Queria poder viajar, ter dinheiro pra levar meus amigos junto, ter dinheiro pra não me preocupar mais com dinheiro. When money is no longer an issue, everything else is possible, isn't that what they say?)

Every minute from this minute now
We can do what we like anywhere
I want so much to open your eyes
'Cause I need you to look into mine
(ah, a liberdade de não mais se estar. A liberdade de apenas ser. Quando é que eu vou chegar lá. The bliss of being, only. Estou com sede, agora. Meus lábios estão machucados da febre da noite anterior e do vento de agora. Já estou chegando, já estou chegando, é só dobrar esta esquina - quanto pó nesta cidade, que me arranha a garganta e torna ainda mais difícil respirar - e caminhar mais um pouco. Falta pouco, falta pouco.)

Tell me that you'll open your eyes
(uma)
Tell me that you'll open your eyes
(duas)
Tell me that you'll open your eyes
(três)
Tell me that you'll open your eyes
(quatro)
Tell me that you'll open your eyes
(cinco that you'll open your eyes)
Tell me that you'll open your eyes
(that you'll open your eyes)
Tell me that you'll open your eyes
(xii, perdi a conta. Deve estar no oitavo ou nono verso. E devo também estar cantando muito alto, as pessoas me olham como se eu não fosse humana, como se eu não fosse, como eles, feita de carbono, hidrogênio e sangue e sonhos. Deve ser a fumacinha que sai da minha boca, deve ser isso, a minha garganta dói demais e estou rouca demais pra conseguir cantar alto a ponto de chamar a atenção. Até porque, numa cidade como esta, em dias como os que correm, o que exatamente ainda chama a atenção das pessoas?)
Tell me that you'll open your eyes
(quanto desespero, quanta angústia)

All this feels strange and untrue
And I won't waste a minute without you
(o coração continua batendo ao fundo. Se tivesse um pouco de habilidade musical, saberial dizer quais notas estão tocando, mas na minha ignorância soam apenas como um coração acelerado, com pressa, correndo, aflito e sem rumo. Agora que cheguei é o meu batimento que acelera. Não gosto daqui, definitivamente não gosto. Todas as vezes em que precisei não encontrei o alívio que precisava. Por que agora deveria ser diferente? Tomara que não demore. Só quero chegar logo em casa, sei que vou me sentir melhor assim que chegar em casa. Que sede.)

julho 13, 2007

Inventário de alguma coisa de sexta feira.

Esse é um pedaço de um provável título para o livro da turma. Que a DaniL e eu, de brincadeira, apelidamos de "nosso livro com participações especiais", de tão inseridas que estamos no projeto.

De tudo, falta muito pouco, e do pouco que falta, é tudo dinheiro.

Haverá uma pré-venda, e será bonita e criativa e diferente e enviável pelo correio.

E a gente só não usa agora a idéia do leiaestamusica.com.br porque vamos guardar isso para o próximo projeto.

Assim que tiver mais detalhes, aviso.

julho 12, 2007

Life's a bumpy -but wide and pretty - road

It's been two, maybe three, days.

A casa onde moro está em obras. Não posso ainda, de todo, dizer minha casa. Até porque se fosse minha não haveria tais obras pra começo de conversa, obras essas que estão deixando todo mundo (moradores e usuários da casa) com os nervos à flor da pele e num estado agudo de stress e irritação.

Aí aconteceu que ontem veio o fulaninho fazer a instalação de um novo ponto da net. Aí ele, na sua abençoada ignorância, viu um fio, um cabo para ser mais específica. E uma vez que ele não sabia o que era, foi lá e cortou. Pra depois, bem depois, perguntar se por acaso alguém usava a net no meu quarto. Ao que responderam que não exatamente, mas que eu usava o acesso pelo cabo da net. Ah, internet pelo cabo, isso existe?, foi a pergunta dele. Estou furiosa e sem paciência desde que o Caos se instalou e descabelou a sobrancelha* aqui em casa, mas ontem passou da conta.

(Update do disparate: o arquiteto, devidamente informado da terrível burrada de seu contratado, ao tirar satisfações com o incompetente ouviu apenas que era engano nosso, que ele sabia exatamente o que estava fazendo. Arrã, sei. Ainda bem que não dependemos de pedreiros nem de hidráulicos nem de outras variações de arigós desse gênero para salvar o mundo. Já pensou a situação, dez segundo para explodir a bomba e vai um fulaninho desses com uma tesoura. Fio vermelho? Ah, que... BUM! Morremos todos.)

Isso sem falar na sujeira, no descaso, no desleixo, na desconsideração com o patrimônio alheio que essa gente (e aqui sei que estou sendo extremamente má e preconceituosa, mas, de todas as experiências de obras e consertos e atividades envolvendo pedreiros e afins, não houve uma que me convencesse de que essas pessoas não moram em pardieiros sujos e enlameados pelo rastro de destruição que é deixado por onde passam enquanto trabalham.) demonstra. Destruiram praticamente todos os móveis que se encontravam no sótão, sem falar na poeira eternamente incrustada nos livros. E isso, até onde eu sei, o arquiteto - esse profissional que deveria ser responsável e cuidar desses detalhes para evitar ao máximo o desgaste emocional de seus clientes - não está nem sabendo. Quer dizer, eu prefiro pensar que ele nem está sabendo, porque considerar que ele sabe e mesmo assim não faz nada a respeito me faz perder muito do pouco de fé que eu recentemente readquiri na humanidade.

julho 09, 2007

Sonhos e significados

Passei o final de semana dormindo bastante. Não sei se consequência ou apenas fato sem qualquer associação, sonhei bastante também. Coisas bizarras. Estranhas, absurdas até a última instância.

O problema é que não consigo lembrar de quase nada. Como estava num constante dorme-acorda, havia momentos que não sabia mais se estava lembrando e desenvolvendo o sonho ou continuando a sonhar.

Das poucas partes que me lembro, estava com a minha irmã e mais alguém, um estranho, no bar do Valdir (explicação: quando passávamos férias na casa da minha avó, em Novo Hamburgo, as tardes eram quentes e ociosas, e a única distração que tínhamos diferente da piscina na casa da tia Beth eram as idas ao bar do Valdir, com seus milhares de sabores de picolés, sorvetes, chocolates, balas e chiclés disponíveis, que a gente - minha irmã, meu primo e eu - conseguia comprar ao receber trocadinhos do nosso avô depois de realizar tarefas bobas como juntar as folhas do pátio, ou ajudar a lavar o carro, coisas assim. O bar do Valdir ficava numa esquina, a umas duas quadras da casa da minha avó, que, sob o calor do verão de Novo Hamburgo, pareciam as mais longas da vida.), esfomeadas, esperando chegar nosso sanduiche com bife. Tínhamos chegado ali porque o restaurante do shopping, onde estávamos com meu pai, minha tia e minha outra avó, e o estranho inidentificável, não queria me servir, e eu só queria um pouco da berinjela e do pão que parecia delicioso. Enquanto esperávamos - e no sonho eu sabia que estava ali só para comer, porque o Valdir jamais deixaria a gente passar fome, e, porque era perto do shopping, voltaríamos logo para encontrá-los - estávamos conversando com o estranho com uma intimidade, principalmente minha irmã, que me assustou. Logo em seguida chegam os pratos, bandejas prateadas com sanduiche e bife já cortadinhos, e várias caixas de fósforos, daquelas com o olho gigante, embaladas de seis em seis num papel branco e preto. E o mais absurdo é que eu estava cortando as caixas com garfo e faca e comendo-as - e aqui eu tinha a nítida sensação de comer alguma coisa crocante, inclusive sentido o cheiro da caixa de fósforos -, juntando os palitos que caíam do garfo para misturar com o bife que não me pareceu mais tão saboroso. Nós três comíamos os fósforos, aparentemente adorando. Até que chegou uma quarta pessoa a se juntar, justamente porque queria comer fósforos.

Detalhe interessante: o shopping era como se fosse parque de diversões, só que os brinquedos não eram usados para diversão, e sim para locomoção. Para chegar até o andar do restaurante (de onde tive que sair depois) foi preciso usar uma roda gigante.

Estou curiosíssima quanto ao significado de tudo isso. Mas estou sem o livro à mão pra procurar e muito cansada pra descer agora e procurar. Acho que nem vai ter significado catalogado, de tão doente que me parece agora o sonho. Se tiver, se eu vier a saber o que significa, conto.

Newest look

Sexta feira cansei do visual cabelo-crescido-sem-corte e, de posse de dois espelhos, um pente e uma tesoura afiada, cortei e ajeitei e, por que não dizer, picotei meu próprio cabelo.

Um corte radical, irreverente, inovador. Ehehehehehe, loucura, eu sei. Mas até que ficou direitinho. Tantas e tantas vezes que se vai no cabeleireiro e não fica bom, o pior que poderia acontecer era eu ter que ir num salão e cortar mais curtinho pra ajeitar. Se ficasse ruim, se ficasse torto, ou acontecesse de ter um picote errado.

Não foi o que aconteceu. É verdade que o jogo de espelhos me confundiu um pouco, no início, de um lado só. Mas deu tudo certo. Ficou bonito. Não posso dizer que ficou assim lindo, pra dizer assim oh mas que lindo que ficou, também não chega a tanto. Mas ficou direitinho.

Engraçado é ver o olhar de espanto e surpresa, seguido do pensamento "mas é doida essa guria", que fica estampado no rosto das pessoas quando eu digo que fui eu mesma quem cortou.

Sim, eu acho que no fim das contas sou mesmo doida. Mas isso não tem nada a ver com o fato de cortar o próprio cabelo. Eu acho.

julho 05, 2007

For the Self Portrait Challenge


S6001506
Originally uploaded by Dona da Linguagem

PHOTOSYNTHESING.


After a few weeks under a gray and heavy sky, being under the sun makes me feel like a plant, more in touch with the planet. Afterall, we - humans, animals, minerals, plants, the sun and the moon - are all connected somehow.

julho 04, 2007

Idiocracy

Aproveitando o advento da banda larga (e shares e torrents e bit coisas e afins, thanks to Boyfriend, que tem toda a paciêncai do mundo para isso), tenho visto quase que todos os filmes lançados. Alguns muito bons, outros nem tanto, outros que me fazem dormir nos cinco primeiros minutos. Já tinha visto e adorado o A Day Without Mexicans, em que a filmagem com aspecto caseiro e meio tosco faz parte do charme, mas este último, Idiocracy, com o Luke Wilson, é especialmente engraçado e inteligente.

Para quem imdb:
http://www.imdb.com/title/tt0387808/

Recomendo especialmente pela sequência em que ele explica para a população do futuro que não adiantam os eletrólitos do brew-alguma coisa (um tipo de gatorade) para regar e fazer as plantas crescerem, tem que ser água mesmo. A solução encontrada é genial. Sem falar nos ótimos diálogos e argumentos apresentados no júri quando ele é preso e processado.

Dá uma noção de para onda a humanidade está caminhando, com a qual eu pesarosamente concordo.

Adendo explicativo:

Só citei o A Day... porque também é uma espécie de crítica social, e assistindo ao Idiocracy fez com que eu lembrasse do outro. Não que o tema seja o mesmo, não é. Mas os dois se enquadram na mesma categoria.
Agora, as produções são completamente diferentes. O Idiocracy tem efeitos especiais feitos pela Pixar (coisa de quem lê os créditos até o final) e está muito bem feitinho. Ok, a parte do carro gigante está parecida com os efeitos da novela das oito quando faz de conta que existem duas Alessandras Negrini, mas nada que impeça o bom entretenimento.
Sem falar que o A Day... foi citado hoje no Fronteiras, e isso deve ter acionado a relação entre as duas coisas. Agora que li o email, ficou faltando alguns deiticos e nexos, é verdade. Desculpem, coisa de quem está fazendo mais de duas coisas ao mesmo tempo.